2006-07-31 18:03:23

SUPERIOR DOS JESUÍTAS EXPLICA PORQUE CONVOCOU UMA CONGREGAÇÃO GERAL


Roma, 29 jul (RV) - O prepósito-geral da Companhia de Jesus, Pe. Peter-Hans Kolvenbach, convocou, em fevereiro passado, uma Congregação Geral para janeiro de 2008, durante a qual deverá ser eleito seu sucessor. Foi um anúncio inesperado, pois se trata de um cargo vitalício. A reunião dos representantes dos quase 20 mil jesuítas espalhados pelo mundo enfrentará, além desse tópico, outros assuntos importantes para a vida da Companhia.

Em entrevista concedida às vésperas da festividade de Santa Inácio de Loyola _ 31 de julho _ fundador dos Jesuítas, quando se recordarão os 450 anos de seu falecimento em Roma, Pe. Kolvenbach explica os motivos dessa decisão.

Santo Inácio não era favorável à convocação de Congregações Gerais em datas pré-fixadas. Ele acreditava que os preparativos necessários para convocar uma Congregação Geral e chamar a Roma um elevado número de jesuítas de todo o mundo podia afetar o trabalho apostólico em que estavam envolvidos.

Portanto, prescreveu que somente "por razões de maior importância", quando os assuntos fossem de tal envergadura que extrapolassem a capacidade de governo ordinário da Companhia para enfrentá-los, dever-se-ia convocar uma Congregação Geral. Na realidade, houve somente 34 Congregações Gerais nos 465 anos de história da Companhia.

A Igreja e a sociedade atual enfrentam problemas que requerem um exame atento e criativo _ observa Pe. Kolvenbach. A globalização, a emigração, os deslocamentos maciços, o relativismo, a secularização e tantos outros são desafios que afetam todos os países e impõem mudanças importantes em nosso planejamento apostólico. "A Congregação Geral é o instrumento à disposição da Companhia para, com a graça de Deus, encontrar o modo de servir à Igreja e ao mundo" _ afirma Pe. Kolvenbach.

"A este motivo de grande importância, se acrescenta outro de caráter pessoal: os muitos anos que estou a cargo do governo da Companhia e a conveniência de eleger meu sucessor" _ sublinha Pe. Kolvenbach.

Santo Inácio via razões válidas para prescrever que o cargo de superior-geral fosse vitalício. E certamente, não se pode negar que isso traz certas vantagens. Mas essa decisão de Santo Inácio foi tomada no século XVI, quando a expectativa de vida era muito mais curta que agora.

"Em 2008 _ conclui o prepósito-geral dos Jesuítas _ estarei a ponto de completar 80 anos de idade e 25 como superior-geral: são circunstâncias que questionam legitimamente a conveniência de pôr um ponto final a um período tão longo." (RL)







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