2006-07-29 13:53:59

Condoleeza Rice de novo no Médio Oriente: relançar a negociação para um cessar fogo e negociar as base de um plano de paz.


O Presidente americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciaram esta sexta feira na Casa Branca, em Washington, o relançamento da negociação para um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hezbollah. Condoleezza Rice chega hoje ao Médio Oriente para negociar com Israel e com o Líbano as bases de um plano de paz, que deverá ser submetido ao Conselho de Segurança na próxima semana.
Bush e Blair anunciaram ainda a intenção de organizar rapidamente uma força internacional que permitirá aos israelitas sair do Sul do Líbano. Não fizeram apelo ao "cessar-fogo imediato".

Esta força deverá prestar assistência humanitária, pôr termo à violência, ajudar o regresso dos refugiados e a reconstrução.



Rice irá a Jerusalém e Beirute analisar com os respectivos Governos as condições dum cessar-fogo. A secretária de Estado já esteve nos dois países no início da semana. O Governo libanês rejeitou então o plano americano e o primeiro-ministro, Fouad Siniora, elaborou depois um plano de sete pontos, que apresentou em Roma na quarta-feira e cujas linhas gerais têm a concordância da União Europeia.



O argumento que Blair invocou antes de partir para Washington é o risco de o prolongamento da guerra "incendiar" a opinião árabe e alienar os Estados da região que condenaram o Hezbollah. No dia da Conferência de Roma, o rei Abdullah da Arábia Saudita advertiu Israel e, indirectamente, os EUA para o risco de uma catástrofe regional. Mouin Rabbani, analista do International Crisis Group em Amã, explicou ao New York Times que o fascínio pelo Hezebollah cresce exponencialmente à medida em que ele mostra uma surpreendente capacidade de resistir à ofensiva e continua a disparar rockets sobre Israel, sublinhando a fraqueza dos Estados árabes, dotados de poderosos exércitos. O seu líder, Hassan Nasrallah, é o novo herói, o homem que se propõe acabar "com o mito da invencibilidade de Israel".



No Líbano, a inicial indignação pela provocação do Hezbollah foi substituída por uma onda de apoio à "resistência". A continuação dos bombardeamentos legitima a força armada dos fundamentalistas. Uma sondagem da Universidade Americana de Beirute indica que 89 por cento dos sunitas e 80 por cento dos cristãos se colocam ao lado da "resistência", enquanto 89 manifestam desconfiança na América. É uma viragem radical em relação a há um ano.



Depois de um paciente trabalho na montagem de uma coligação para travar o programa nuclear iraniano e cercar a Coreia do Norte,CondolezzaRice está agora em apuros. No espaço de uma hora em Roma, na quarta-feira, Rice pode ter estragado tudo, anota Helena Cooper no "New York Times". A imagem que passou é a de que, ao recusar o "cessar-fogo imediato", os EUA são corresponsáveis pela morte de civis no Líbano.

A secretária de Estado esteve ontem no fórum da ASEAN, em Kuala Lumpur, Malásia, destinado a forçar o regresso de Pyongyang à mesa das conversações, mas o tema obsessivo foi o Médio Oriente. Confrontada com numerosos críticos, Rice teve de garantir que iria voltar ao Médio Oriente e espera "ver um rápido fim da violência".



O relançamento da iniciativa de cessar-fogo não se traduzirá no abrandamento da guerra, sendo mais provável a intensificação das hostilidades.



Em Israel, domina a convicção de que o exército precisa ainda algum tempo para prosseguir a "limpeza" do Sul do Líbano e fazer baixar os ataques dos Katyushas. Setenta e um por cento dos israelitas defendem a continuação das operações militares.



O mesmo pensa o Hezbollah. " A diplomacia só funcionará com pesadas pressões. E a Síria terá uma palavra a dizer.








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