IGREJA NA BOLÍVIA PEDE O FIM DA GUERRA VERBAL

La Paz, 26 jul (RV) - A Igreja Católica na Bolívia divulgou, nesta terça-feira, um comunicado no qual declara a fidelidade a seus princípios e à sua vocação de serviço, e se dispõe a continuar escutando, dialogando e colaborando positivamente, no processo de transformações do país, num clima de respeito mútuo e defesa dos princípios e valores fundamentais, para a convivência social.

A Igreja ratifica ainda, seu pleno respeito pela democracia, como o melhor sistema para confrontar idéias e articular acordos, salvaguardando os direitos e obrigações fundamentais das pessoas.

A Conferência Episcopal Boliviana reconhece, no comunicado, que num Estado de direito, a livre expressão de opiniões dá lugar, com freqüência, a tensões. Por isso, a informação deve ser objetiva e equilibrada. Os meios de comunicação têm a responsabilidade de promover a informação com clareza e sem sensacionalismo.

A Igreja entende que a Assembléia Constituinte é a grande oportunidade para construir consensos responsáveis, no contexto do processo das transformações. Nesse contexto, a Bolívia é um Estado democrático e pluralista, onde o debate, a conformação de idéias e a livre expressão são importantes para a convivência, afirma a Igreja.

Entretanto, "devemos ser capazes de assumir estes princípios dentro de um clima de respeito mútuo, de tolerância e diálogo responsável, sem apelar a insultos que até depõem contra quem os profere" _ ressaltam os bispos, sublinhando a responsabilidade que cabe aos que representam o Estado, no favorecer o clima de entendimento e de harmonia.

Os bispos bolivianos sustentam que a história do país e a presença social da Igreja Católica dão conta, por si mesmas, para além de toda e qualquer interpretação unilateral, de seu compromisso com a promoção humana e os valores da justiça, da solidariedade e da paz, particularmente nos setores e regiões mais excluídos, tornando palpável a opção preferencial pelos pobres. (MZ)