IGREJA CATÓLICA NO CHILE RECHAÇA ACUSAÇÕES DA CHANCELER BOLIVIANA
Santiago, 25 jul (RV) - O presidente da Conferência Episcopal do Chile, Dom
Alejandro Goiċ Karmeliċ, rechaçou, nesta segunda-feira, as acusações da ministra interina
das Relações Exteriores, da Bolívia, Alícia Muñoz, que afirmara ter esse organismo
religioso respaldado "aqueles que matavam davam sumiço nas pessoas" após o golpe de
Estado de 11 de setembro de 1973.
Durante o fórum "O Estado e a religião na
nova constituição política do Estado", que se realizou em Santiago, a ministra Muñoz
assinalou que, em sua juventude, estudou no Chile, durante a ditadura, época da qual
recorda "como a hierarquia da Igreja Católica dava respaldo àqueles que matavam e
davam sumiço nas pessoas".
As declarações da ministra interina das Relações
Exteriores, feitas em La Paz e reproduzidas pelo diário "La Prensa", causaram a imediata
reação do presidente dos bispos chilenos.
"Lamento muito, o profundo e grave
equívoco da senhora (Alicia) Muñoz. O povo do Chile e a comunidade internacional são
testemunhas do sacrificado trabalho de defesa e promoção dos direitos humanos que
a Igreja levou a cabo em nosso país" _ disse Dom Goiċ Karmeliċ.
O bispo disse
ainda, que "são incontáveis os casos de pessoas que, sem discriminação, receberam
ajudas de organismos", tais como o Comitê dos Refugiados, o Comitê Pró-paz e o Vicariato
da Solidariedade e, assim, conseguiram salvar suas vidas, protegendo sua integridade
física e psíquica, recuperando sua liberdade e encontrando um espaço para iniciar
a incansável busca de seus familiares desaparecidos".
"As expressões da senhora
Muñoz são totalmente alheias à verdade do que realmente aconteceu. Os numerosos reconhecimentos
nacionais e internacionais provenientes de amplos setores, recebidos pelo Vicariato
da Solidariedade e outras instituições da Igreja também confirmam o que estou dizendo"
_ indicou o presidente do Episcopado chileno. (MZ)