NA BOLÍVIA, MINISTRA ACUSA IGREJA DE PROTEGER ACUSADOS DE ASSASSINATO
La Paz, 22 jul (RV) - A ministra do Interior da Bolívia, Alicia Muñoz, acusou,
nesta sexta-feira, a Igreja Católica, de proteger dois paraguaios procurados pela
Justiça de seu país, por sua suposta participação no assassinato da filha do ex-presidente
do Paraguai, Raúl Cubas.
Alicia Muñoz fez a acusação, depois que a polícia
revistou o centro de amparo da paróquia Senhor da Paz, em busca dos paraguaios Ángel
Acosta Centurión e Blas Concepción Franco. Os dois são apontados pela promotoria paraguaia
como integrantes do grupo que seqüestrou e assassinou Cecilia Cubas, há mais de um
ano.
Acosta e Franco não estavam no local, segundo a promotora Tania Alfaro,
que comandou a busca. Os dois estão em local desconhecido desde quinta-feira, quando
saíram da Casa do Migrante, onde ficaram refugiados por vários meses.
O Conselho
Nacional do Refugiado (CONARE) revogou o asilo que tinha concedido a Acosta e Franco
o mês passado. A decisão foi tomada após a análise de novas provas contra os dois
estrangeiros, entregues pelo presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, a seu colega
boliviano, Evo Morales, há duas semanas.
A ministra Muñoz criticou os responsáveis
pelo centro de amparo, por uma suposta "falta de colaboração" e porque a Pastoral
Católica "se intrometeu no processo de ocultação dos dois paraguaios". "Eu diria que
há uma espécie de cumplicidade" na paróquia, afirmou ela, em entrevista coletiva.
A
ministra denunciou a suposta proteção da Igreja, ao lembrar que a polícia não revistou
o templo:"Não podemos entrar na paróquia. O mandado de busca era para o centro de
amparo, onde estão também outros refugiados" _ comentou Muñoz.
Apesar de sua
queixa contra a suposta cumplicidade da paróquia católica, a ministra disse que os
dois paraguaios se encontram em território boliviano e que, caso sejam capturados
pela Polícia Internacional (Interpol) "serão extraditados imediatamente". (MZ)