Bento XVI renova apelo a cessar-fogo imediato, sublinha os direitos de libaneses,
israelitas e palestinianos e evoca os sofrimentos das populações e as aspirações à
paz
Foi em Les Combes (Vale de Aosta, Alpes italianos), onde se encontra em repouso
que o Papa tomou a palavra, ao meio-dia deste domingo. Bento XVI recordou que foi
“perante o agravar-se da situação no Médio Oriente” que decidiu promover neste domingo
“um Dia especial de oração e penitência, convidando os Pastores, os fiéis e todos
os crentes a implorarem de Deus o dom da paz”. "Renovo com vigor o apelo às partes
em conflito a um cessar-fogo imediato que permita as ajudas humanitárias - afirmou
o Papa. Que, com o apoio da comunidade internacional, se procurem vias para o início
de negociações. Aproveito a ocasião para reafirmar o direito dos Libaneses à integridade
e soberania do seu país, o direito dos Israelitas a viverem em paz num seu Estado
e o direito dos Palestinianos a terem uma Pátria livre e soberana." Bento XVI declarou-se
“particularmente próximo das populações civis, inermes, injustamente atingidas por
um conflito de que são apenas vítimas: tanto as da Galileia constrangidas a viver
nos refúgios, quer a grande multidão de libaneses que, uma vez mais, vêem o seu país
destruído e tiveram que abandonar tudo, procurando refúgio noutro lado”. Elevo
a Deus uma premente oração a que a aspiração à paz da grandíssima maioria das populações
se possa concretizar sem mais tardar, graças ao empenho concorde dos responsáveis.
Renovo também o meu apelo a todas as organizações caritativas para que façam chegar
àquelas populações a expressão concreta da solidariedade comum. Na parte final
da sua alocução, Bento XVI referiu-se a Santa Maria Madalena, ontem recordada pela
liturgia da Igreja. “A história de Maria de Magdala – observou – recorda a todos uma
verdade fundamental: discípulo de Cristo é quem, na experiência da debilidade humana,
teve a humildade de pedir-lhe ajuda, foi por Ele curado e se dispôs a segui-Lo de
perto, tornando-se testemunha da potência do seu amor misericordioso, mais forte do
que o pecado e a morte". Neste contexto, o Papa incluiu ainda uma referência improvisada
a Santa Brígida, que se celebra neste dia 23 de Julho. “Uma das padroeiras da Europa,
que veio da Suécia, viveu em Roma e fez uma peregrinação à Terra Santa, e nos convida
assim a ajudar a humanidade inteira a encontrar um grande espaço de paz, precisamente
na Terra Santa. E Bento XVI concluiu a sua alocução, antes das Ave Marias, confiando
a humanidade à potência do amor de Deus: "À potência do amor divino confio toda a
humanidade, ao mesmo tempo que convido a rezar para que as amadas populações do Médio
Oriente sejam capazes de abandonar a via do confronto armado para construírem, com
a audácia do diálogo, uma paz justa e duradoura. Que Maria, Rainha da paz, reze por
nós!"