MAESTRO PERPÉTUO DO CORAL DA CAPELA SISTINA DIZ QUE BENTO XVI DARÁ NOVO IMPULSO À
MÚSICA SACRA
Cidade do Vaticano, 21 jul (RV) - O maestro perpétuo da Capela Musical Pontifícia
Sistina, Domenico Bartolucci, espera que o Pontífice dê novo impulso à polifonia e
ao canto gregoriano na liturgia católica.
Em entrevista ao semanário italiano
"L'Espresso", Bartolucci, que há 50 anos dirige o coral vaticano, foi taxativo ao
afirmar: "Basta com guitarras, cançõezinhas e tam-tam." Segundo ele, é importante
banir todo tipo de música pop da liturgia sacra.
Bartolucci afirma ter encontrado
maior gosto musical em Bento XVI, recordando que o Santo Padre toca piano, é um profundo
conhecedor de Mozart, ama a liturgia da Igreja Católica e tem muito respeito pela
música. Ele lembra também que Pio XII era um amante da música e tocava violino. O
diretor do coral recorda a valiosa contribuição de João XXIII, que aprovou o projeto
de reforma do grupo musical que, até então, não tinha uma sede, um arquivo e nem um
orgânico.
Comentando o tema da vulgarização da música sacra, Bartolucci afirmou
que "hoje é moda nas igrejas, canções e barulhos de guitarras, mas a culpa é sobretudo,
das falsas idéias de pseudo-intelectuais, que criaram essa degeneração da liturgia
e da música, danificando e desprezando a herança do passado e acreditando estar fazendo
um bem".
As origens do coral da Capela Sistina remontam ao século VI quando,
com nome "Schola Cantorum Romana", foi reorganizada pelo Papa Gregório Magno. Em 1471,
após um período de decadência, foi remodelado por Sixto IV, que fundou o Colégio dos
Cantores Papais.
A Capela Musical Pontifícia tornou-se, depois, coral pessoal
do Papa e foi então denominada Capela Sistina, em homenagem ao Papa que lhe deu grande
impulso e ao local onde se apresentava.
No período renascentista atuaram na
Capela Sistina músicos do porte de Giovanni Pierluigi da Palestrina, Josquin de Pres
e Luca Marenzio.
No século passado a Capela teve como diretor renomados músicos
como Lorenzo Perosi. Em 1956, Domenico Bartolucci foi nomeado diretor, e logo depois
recebeu o título de maestro perpétuo da Capela Musical. Desde 1997, o coral é dirigido
por Giuseppe Liberto.
A Capela Musical é atualmente composta por 20 cantores
adultos e 35 puericantores, e é ligada à Prefeitura da Casa Pontifícia. O coral está
sempre presente nas funções papais e cardinalícias. (WM)