IGREJAS E CONVENTOS ABRIGAM PESSOAS QUE SE ENCONTRAM AO RELENTO, EM BEIRUTE
Beirute, 19 jul (RV) - Igrejas, escolas e mosteiros de Beirute estão abrigando
feridos e sem-teto, e todos aqueles que não conseguiram deixar a capital libanesa,
nos últimos dias de ataques israelenses, "sem distinção de religião", como afirma
o superior-geral da Ordem Maronita Mariamita, Abade Seman Abou Abdo, dirigindo-se
aos responsáveis pela Ordem, reunidos em capítulo extraordinário, para estudar a situação
dos mariamitas, à luz das diretrizes do Sínodo Patriarcal.
Em declarações à
AsiaNews, Pe. Abou Abdo sublinha que "a Ordem deve ser solidária com os sofrimentos
do nosso povo, sem fazer diferença entre cristãos e muçulmanos". Ele se dirige aos
responsáveis pela Ordem, pedindo que "assegurem alojamento para estes nossos irmãos"
e ressaltando que todos os superiores devem abrir as portas dos conventos e dos corações
"para acolher o apelo do Senhor, que pede que asseguremos tudo o que for necessário
a esses irmãos".
O patriarca greco-melquita, Gregorio III Laham, fez um apelo
a todos os responsáveis, a todos os bispos e superiores-gerais das congregações religiosas,
para que se mobilizem em favor desses "irmãos atingidos pelos atrozes bombardeios
dos inimigos da paz" e exortou todos à realização de gestos proféticos em favor de
todos, sem medo, "porque Deus ama quem dá com alegria".
A abertura dos conventos
e institutos religiosos fora pedida também pelo governo filipino, para dar socorro
a 34 mil filipinos que trabalham no Líbano. A solicitação fora feita nos dias passados,
pelo Ministro das Relações Exteriores, Alberto Romulo, ao núncio apostólico nas Filipinas,
Dom Fernando Filoni.
Cerca de 150 mil pessoas atravessaram a fronteira do Líbano,
desde o início dos bombardeios israelenses: a França e a Itália evacuaram 1.600 cidadãos,
por meio de navios enviados a Chipre. Enquanto isso, navios de guerra britânicos se
preparam para transportar milhares de britânicos para fora do Líbano. Estima-se que
dezenas de milhares de estrangeiros devem deixar o Líbano por terra, mar e ar nos
próximos dias.
As bases militares em Chipre ofereceram abrigo a curto prazo
para aqueles que tiverem que esperar pelos vôos de repatriação.
Um grupo de
brasileiros que deixou o Líbano na segunda-feira, pela Turquia, embarcou num avião
da Força Aérea Brasileira (FAB) que chegou ontem ao Brasil.
Estima-se que mais
de 500 mil libaneses já deixaram suas casas, no sul do país e em Beirute, em busca
de refúgio. (AF/GZ)