EL SALVADOR: IGREJA CATÓLICA LANÇA UM "BASTA À VIOLÊNCIA"

San Salvador, 18 jul (RV) - O arcebispo de San Salvador, Dom Fernando Sáenz Lacalle, assegurou que os bispos do país viram com espanto e preocupação, as imagens violentas dos acontecimentos de 5 de julho.

Dom Sáenz Lacalle acrescentou que a Igreja acompanha com suas preces, as vítimas da violência e seus familiares; também reza pela Pátria, para que consiga plenamente o dom precioso da paz, já que "compartilhamos os sentimentos da grande maioria dos salvadorenhos que desejam viver numa sociedade sem violência".

Dom Sáenz Lacalle assegurou que "devido ao alto índice de delinqüência que diariamente se abate sobre a população salvadorenha, a comunidade católica se manifesta e exorta a população a pedir a Deus o dom divino da paz que os anjos prometeram aos homens de boa vontade".

O arcebispo fez um apelo fraterno à sociedade em geral, para que deixe de lado todo tipo de confronto e se comprometa com ânimo sereno, na busca do entendimento e da reconciliação, para que se consiga um consenso básico que torne possível a construção de uma sociedade reconciliada e em paz.

O Arcebispo da capital salvadorenha exortou, por fim, os governantes, forças políticas, empresários, sindicatos, organizações civis, meios de comunicação social, universidades e demais forças vivas do país a oferecer com sentido patriótico sua inestimável contribuição.

No início dia 5 do corrente, o movimento secundarista da capital de El Salvador convocou uma manifestação para protestar pelos aumentos do custo de vida, especialmente do transporte público e das tarifas de energia elétrica. A manifestação ocorria sem problemas, quando policiais de choque apareceram. A confusão começou, quando alguns "supostos" membros do movimento estudantil começaram a destruir o patrimônio público e privado e a polícia decidiu intervir. Disparos, supostamente por parte de alguns manifestantes, atingiram diversos policiais (dois morreram).

Os estudantes que protestavam, imediatamente começaram a refugiar-se nas instalações da Universidade de El Salvador (UES), entre eles o atacante com um fuzil nas mãos. Tanto o governo quanto a Polícia Nacional Civil acusam a Universidade de sediar grupos armados, vinculados à esquerda salvadorenha e de permitir a organização destes em suas instalações.

As autoridades da Universidade denunciaram que três helicópteros sobrevoaram as instalações, atirando contra os estudantes que se refugiavam. Segundo as mesmas autoridades, um dos tiros atingiu um funcionário que estava no quarto andar da sede da Reitoria, em reunião de trabalho.

O governo acusa a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) de estar por trás de toda essa violência. (MZ)