BISPOS ARGENTINOS PEDEM UMA LEI QUE LEVE AO APERFEIÇOAMENTO INTEGRAL DO HOMEM
Buenos Aires, 15 jul (RV) - "A educação deve estar a serviço do aperfeiçoamento
integral do homem; (...) deve criar, ainda, as condições que assegurem o desenvolvimento
de uma sociedade mais justa e solidária": é o que afirmam os bispos da Argentina referindo-se
ao projeto de reforma da lei sobre a educação.
Nestes dias, a assessoria de
imprensa da Conferência Episcopal Argentina divulgou dois documentos sobre as normas
que o Parlamento está discutindo atualmente: um sobre a educação, outro sobre a legalização
da esterilização. O episcopado sublinha o respeito pela liberdade e "o papel subsidiário
do Estado" bem como a necessidade de "abrir a educação a conteúdos que transmitam
valores transcendentes".
Sobre o projeto de lei que pretende legalizar a esterilização
feminina e masculina, os bispos lançam um alerta: se a normativa for aprovada, causará
"prejuízos irreparáveis, porque comportará verdadeiras e próprias mutilações" às pessoas.
Os
bispos afirmam que essas cirurgias não podem ser consideradas "terapêuticas porque
não curam uma enfermidade, mas anulam o funcionamento normal do corpo". Legalizar
a esterilização _ acrescentam os bispos _ "é uma violação do direito humano à integridade
do próprio corpo".
Para aqueles que afirmam que o projeto visa beneficiar pessoas
com menos recursos, os bispos respondem que, na verdade, tratar-se-ia de uma forma
de discriminação contra os mais pobres, "porque a esterilização não resolve o problema
da pobreza, mas apenas impede novos nascimentos".
"Os problemas socioeconômicos
devem ter soluções socioeconômicas e não médicas" _ acrescentam os bispos. Infelizmente,
segundo os bispos, o projeto repete as soluções do liberalismo selvagem de anos atrás,
já aplicadas em outros países da região. (MZ)