Violações do direito e da justiça na origem da violência, mas as injustiças não devem
ser motivo de represálias. Bento XVI pede aos responsáveis politicos abertura ao
diálogo e ao entendimento e convida as igrejas locais a elevar orações especiais pela
paz na Terra Santa e em todo o Médio Oriente
Bento XVI, no final da recitação do Angelus em Les Combes, nos Alpes italianos onde
se encontra para um breve período de descanso, proferiu um apelo a favor da paz, manifestando
a sua preocupação pela extensão de acções bélicas ao Líbano. O Papa condenou também
o recurso ás represálias e manifestou as suas graves preocupações, entre outras coisas,
pelas numerosas vitimas entre a população civil. “Nestes últimos dias as noticias
da Terra Santa são para todos motivo de novas graves preocupações, em particular
pelo estender-se de acções bélicas também ao Líbano, e pelas numerosas vitimas entre
a população civil. Na origem de tais contraposições desumanas estão infelizmente situações
objectivas de violação do direito e da justiça. Mas nem os actos terroristas
nem as represálias, sobretudo quando existem consequências trágicas para a população
civil, podem justificar-se .Por semelhantes caminhos - como a amarga experiência ensina
- não se chega a resultados positivos. Este dia é dedicado a Nossa Senhora do Carmelo,
Monte da Terra Santa que, a poucos quilómetros do Líbano, domina a cidade israelita
de Haifa, também ela ultimamente atingida. Peçamos a Maria, Rainha da Paz,
para que suplique a Deus o dom fundamental da concórdia, reconduzindo os responsáveis
políticos ao caminho da razão e abrindo novas possibilidades de diálogo e entendimento.
Nesta perspectiva convido as Igrejas locais a elevar orações especiais pela paz
na Terra Santa e em todo o Médio Oriente.”
Os carmelitas difundiram no
povo cristão a devoção á Virgem do Carmelo, indicando-a como modelo de oração, de
contemplação e dedicação a Deus. Falando aos cerca de 5.000 fiéis congregados na
esplanada de Les Combes para a recitação do Angelus do meio dia, Bento XVI recordou
a celebração litúrgica neste domingo de Nossa Senhora do Monte Carmelo, o promontório
na zona da Galileia onde viveram vários eremitas, o mais célebre dos quais – sublinhou
– foi o grande profeta Elias. Precisamente inspirando-se na figura de Elias –
explicou o Papa – surgiu a ordem contemplativa dos Carmelitas, família religiosa que
tem entre os seus membros grandes santos como Teresa de Ávila, João da Cruz, Teresa
do Menino Jesus e Teresa Benedicta da Cruz ( Edith Stein). O Papa quis confiar
á Rainha do Monte Carmelo todas as comunidades de vida contemplativa espalhadas pelo
mundo, de maneira especial – acrescentou – aquelas da ordem carmelita, entre as quais
– disse - “recordo o mosteiro de Quart não muito distante daqui”. A estas religiosas
Bento XVI fizera uma visita na tarde da passada sexta feira durante a sua primeira
saída do perímetro de Les Combes, deste período de descanso.
Renovo o encorajamento
ás famílias cristãs para que saibam viver e transmitir com alegria a fé ás novas gerações.
Foi o que afirmou o Papa no final da oração mariana do Angelus em Les Combes na saudação
aos fiéis de língua italiana. O encorajamento á obra das famílias cristãs foi
proferido pelo Papa quando ainda está viva a recordação do encontro mundial das famílias
efectuado recentemente em Valência na Espanha. Saudando depois os peregrinos
de língua francesa e os habitantes do Vale de Aosta manifestou a esperança que este
período de verão seja para todos um tempo de renovação espiritual e de uma mais forte
vida em família, sobretudo graças a uma maior proximidade entre as gerações.