PONTIFÍCIO CONSELHO "DA JUSTIÇA E DA PAZ" PEDE A PAÍSES RICOS, COMPROMISSO PARA INTEGRAR
SUL DO MUNDO
Cidade do Vaticano, 14 jul (RV) - O Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz"
fez um apelo, numa nota divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, no qual pede
que os países ricos do mundo se comprometam em promover negociações comerciais que
integrem o sul do mundo.
O apelo _ que reitera a necessidade de uma maior eqüidade
nas negociações comerciais, foi feito às vésperas da cúpula do G-8, em São Petersburgo,
Rússia (o G-8 é o grupo dos 7 países mais industrializados do mundo mais a Rússia,
ndr).
As grandes potências que estão para reunir-se em São Petersburgo devem
comprometer-se por uma plena participação de todos os Estados nas negociações comerciais.
É a exortação do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz" que, num comunicado assinado
pelo presidente do organismo, Cardeal Renato Raffaele Martino, e pelo secretário do
mesmo, Dom Giampaolo Crepaldi, reitera que é preciso voltar ao espírito de Doha.
Aquelas
negociações de cinco anos atrás _ lê-se no comunicado _ abriram um horizonte de esperança
por uma maior justiça nas regras do comércio internacional. A Santa Sé expressa seu
pesar, pelo impasse registrado no último encontro da Organização Mundial do Comércio
(OMC), realizado no dia 30 de junho próximo passado: o impasse verificou-se não obstante
os compromissos assumidos pelos negociadores.
A seguir, o comunicado ressalta
a carência de uma visão de justiça e de eqüidade já lamentada por Paulo VI, 40 anos
atrás, em sua encíclica "Populorum Progressio".
O organismo vaticano pede,
portanto, aos participantes do G-8, reunidos em São Petersburgo, que encontrem um
entendimento político para "transformar as etapas técnicas em iniciativas concretas".
As
relações comerciais _ prossegue o comunicado _ "têm sérias conseqüências sobre os
seres humanos e sobre a sua dignidade".
A Igreja Católica _ lê-se ainda no
texto _ defende com veemência "um sistema multilateral" também no âmbito dos intercâmbios
comerciais. E rejeita a lógica segundo a qual o "forte prevalece sobre o fraco".
"O
imperativo da transparência e a garantia de plena participação de todos os Estados
nas negociações" são outros critérios a serem considerados nos intercâmbios comerciais
_ conclui o apelo do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz". (RL)