Equidade nas relações comerciais, é o pedido do Conselho Pontificio Justiça e Paz
aos chefes do G8 reunidos em São Petersburgo
O Conselho Pontifício Justiça e Paz apela às grandes potências – reunidas de hoje
a 17 de Julho, em São Petersburgo (Rússia) - para que se comprometam na plena participação
de todos os Estados nas negociações comerciais. Assim se depreende do comunicado do
Dicastério - difundido ontem - sobre os resultados da Reunião Miniministerial da Organização
Mundial do Comércio (OMC), celebrada em Doha (Qatar) em 29 e 30 de Junho. O documento
é assinado pelo cardeal Renato Martino e pelo bispo Giampaolo Crepaldi, respectivamente
presidente e secretário desse Dicastério. O texto - do qual se faz eco o VIS («Vatican
Information Service») - lamenta que a reunião tenha concluído e deixado as questões
principais em suspenso, um facto que contrasta com “a intensidade do compromisso demonstrado
pelos negociadores e o pessoal da OMC, de concluir Doha com um acordo geral”. O
tema principal de Doha, “a equidade nas relações comerciais”, foi e continua a ser
“uma preocupação principal da Santa Sé” - lê-se no documento, que cita as palavras
de Paulo VI, na Encíclica «Populorum progressio» afirmou: «O comércio livre pode chamar-se
justo só quando obedece às exigências da justiça social». E manifesta a esperança
de que a reunião do G8 a decorrer em São Petersburgo “desemboque nas decisões políticas
necessárias para transformar os pontos técnicos em pontos operativos”. “A urgência
particular desta tarefa não pode ser encarada superficialmente, sobretudo tendo em
conta as sérias repercussões das relações comerciais dos seres humanos e sua dignidade.
Por isso, nas negociações comerciais devem considerar sempre o impacto que provocam
na família humana”, alerta. De 15 a 17 de julho, a cidade russa de São Petersburgo
acolhe a reunião dos chefes de Estado e de Governo do G8, o grupo dos oito países
mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Itália, França,
Reino Unido, Japão e Rússia.