BISPOS JAPONESES PREOCUPADOS COM O ATENDIMENTO PASTORAL AOS "DEKASSEGUIS"

Brasília, 11 jul (RV) - Dom Odilo Scherer, Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em nota publicada nesta segunda-feira, dá a conhecer que, no dia 6 de julho de 2006, manteve um encontro com alguns bispos do Japão, na sede do Episcopado japonês, em Tóquio.

No encontro, refletiu-se sobre a presença dos brasileiros no Japão e o significado deles para aquela Igreja local. Atualmente, vivem no Japão cerca de 300 mil brasileiros _ "dekasseguis", estrangeiros no Japão, geralmente de origem nipônica _ que para lá foram, sobretudo, em busca de trabalho.

A maioria deles é católica e recebe a atenção de vários missionários brasileiros, de diversas congregações e ordens religiosas, e também de alguns sacerdotes seculares.

Os brasileiros são o segundo maior grupo de estrangeiros no Japão, atrás somente dos filipinos. A maioria deles descende dos japoneses imigrados no Brasil, mas também há muitos que não o são.

As maiores concentrações de "dekasseguis" brasileiros estão nas áreas de Yokohama, Nagoya, Saitama e Tóquio. São essas também as principais áreas industriais. Mas há brasileiros espalhados em todas as dioceses do Japão.

Os bispos manifestaram sua preocupação pelo atendimento religioso e humano aos brasileiros, que enfrentam as situações típicas dos imigrantes: busca de residência e trabalho, assistência à saúde, escola para os filhos, preconceitos e discriminação social, desagregação familiar e incerteza quanto ao futuro. A Conferência Episcopal, através da Caritas e do escritório para os imigrantes, organizou várias iniciativas de apoio pastoral aos brasileiros e outros estrangeiros que vivem no país.

Os bispos pediram com insistência a ajuda de mais missionários brasileiros, que queiram ficar algum tempo no Japão; é importante aprender a língua e a cultura local. A presença de estrangeiros católicos já constitui quase um terço do total de católicos naquele país e vai desafiando a Igreja a rever seus métodos tradicionais de evangelização e pastoral.

A CNBB possui a Pastoral Nipo-Brasileira (PANIB), que é conhecida dos bispos japoneses. O primeiro centenário da imigração japonesa no Brasil, em 2008, já é visto no Japão como uma ocasião para diversas novas iniciativas evangelizadoras. Da mesma forma, para a Igreja no Brasil poderia ser ocasião de maior atenção para sua presença missionária nas terras do Sol Nascente. (MZ)