Valença, 09 jul (RV) - Na missão celebrada para mais de um milhão e meio de
pessoas, neste domingo, o Papa voltou a frisar que a família fundada no matrimônio
indissolúvel entre um homem e uma mulher é o âmbito no qual o homem pode nascer com
dignidade, crescer e se desenvolver integralmente.
O Papa ilustrou o significado
teológico do conceito dessa instituição, sede privilegiada para realizar o projeto
de amor de Deus.
O Papa teólogo citou o Concílio Vaticano II e recordou
os deveres dos cônjuges, de ser testemunhas e cooperadores da fecundidade da Mãe Igreja,
como sinal e participação no amor com o qual Cristo amou sua Esposa e se deu a ela.
Nesse contexto se verifica a transmissão da fé aos filhos e a tradição cristã
não se dispersa, mas se realiza, numa ação contínua da graça de Deus, iluminando a
identidade mais profunda dos homens: "de onde viemos, quem somos e quanto é a nossa
dignidade" _ disse Bento XVI.
"A fé não é, portanto, uma mera herança cultural,
mas sim uma ação contínua da graça de Deus. Os pais devem dar uma prova crível de
sua fé e esperança cristã. Devem fazer com que o chamado de Deus e a Boa Nova de Cristo
cheguem a seus filhos, com mais clareza e autenticidade. E transmitir a fé aos filhos,
através da oração, dos sacramentos e da Bíblia.
A seguir, o Pontífice apontou
o dedo contra as sociedades marcadas pela cultura que exalta a liberdade do indivíduo
como um sujeito autônomo, como se fosse sozinho e auto-suficiente, e não mantivesse
relações nem responsabilidades com o próximo.
"Tenta-se organizar a vida social
apenas a partir de desejos subjetivos e mutáveis, sem alguma referência à verdade
objetiva prévia, como a dignidade de todo ser humano e seus deveres e direitos inalienáveis,
aos quais a sociedade deve servir." (CM)