OBSERVADOR VATICANO NA ONU, EM GENEBRA, FAZ APELO À COMUNIDADE INTERNACIONAL EM FAVOR
DO TRABALHO DIGNO PARA TODOS
Genebra, 07 jul (RV) - É necessário promover um trabalho digno, que respeite
sempre a pessoa humana, de modo particular nos países em desenvolvimento: foi a exortação
contida no pronunciamento do Arcebispo Silvano Tomasi, perante o Conselho Econômico
e Social das NN.UU., reunido em Genebra. O Observador Permanente da Santa Sé junto
às agência da ONU em Genebra fez votos de uma conclusão positiva na rodada de negociações
de Doha, Catar, sobre o comércio mundial.
A comunidade internacional deve renovar
seu compromisso em favor da eliminação da pobreza global, que "representa, ainda hoje,
um escândalo e uma ameaça à paz e à segurança" _ foi a veemente exortação do representante
vaticano, ressaltando que, não obstante cresça a riqueza em nível mundial, persiste
o abismo entre ricos e pobres.
Para valorizar os efeitos da globalização _
afirmou Dom Tomasi _ é necessária uma convergência dos agentes internacionais em favor
do desenvolvimento. Em particular, é necessária uma "melhor coordenação das políticas
de investimento financeiro, de reformas agrícolas e de acesso aos mercados". A conseqüência
dessa estratégia _ prosseguiu _ "será a progressiva eliminação da dívida externa".
A
seguir, Dom Silvano Tomasi fez votos de uma positiva conclusão das negociações comerciais
de Doha. Se falirem _ advertiu _ "os pobres do mundo e os famintos pagarão o preço
mais alto, e suas possibilidades de crescimento, desenvolvimento, assim como a busca
de um trabalho digno, desaparecerão por muito tempo".
A Santa Sé _ afirmou
o prelado _ apóia a agenda do Conselho Econômico e Social da ONU, que reitera que
a dignidade da pessoa confere ao trabalho e ao desenvolvimento o seu verdadeiro valor.
"O trabalho digno _ afirmou o Arcebispo _ diz respeito à qualidade da vida, para além
da produção: é uma dimensão da própria pessoa que dá ao trabalho, seu valor mais alto."
O
Observador vaticano afirmou, a seguir, que "os indivíduos e os diferentes grupos"
devem comprometer-se em favor de uma "subsidiaridade salutar" em campo econômico.
"Em nível das comunidades locais _ foi sua reflexão _ a criação de trabalho pode colocar
a economia em movimento. Desse modo _ explicou Dom Tomasi _ a pobreza será reduzida,
gradativamente, e a emigração se tornará uma oportunidade, ao invés de uma necessidade."
O
Observador Permanente da Santa Sé junto às agências da ONU, em Genebra, reiterou que,
num tempo caracterizado por uma forte interconexão econômica, os povos menos desenvolvidos
devem ser ajudados a adquirir aqueles conhecimentos que lhes permitirão competir com
os demais países.
Por fim, Dom Tomasi criticou as políticas de desenvolvimento
que acabam por privilegiar corporações em detrimento da democratização. (RL)