NO ANGELUS, O APELO DO PAPA EM FAVOS DA PAZ NO IRAQUE E NA TERRA SANTA
Cidade do Vaticano, 02 jul (RV) - Na alocução que precedeu a oração mariana
do Angelus, no final desta manhã, Bento XVI recordou que teve início ontem, em Valença,
Espanha, o V Encontro Mundial das Famílias, em cujas jornadas conclusivas ele estará
presente: precisamente nos dias 8 e 9 do corrente.
Ao meio-dia em ponto, como
faz todos os domingos, o Papa assomou à janela de seus aposentos, que se abre para
a monumental Praça São Pedro, sendo calorosamente saudado pela multidão de fiéis e
peregrinos que o aguardava, para juntos rezarem a oração mariana do Angelus.
Na
breve em que recordou a realização do V Encontro Mundial das Famílias, o Pontífice
lembrou o primeiro de tais encontros, em Roma, em 1994, quando João Paulo II escreveu
uma longa e apaixonada meditação sobre a família, enviando-a, em seguida, em forma
de carta, a todas as famílias do mundo.
O II Encontro Mundial das Famílias
teve lugar no Rio de Janeiro, em 1997; o III, em Roma, por ocasião do Grande Jubileu
do ano 2000; em 2004, realizou-se o IV Encontro, em Manilha, Filipinas, ao qual João
Paulo II enviou uma mensagem audiovisual, impossibilitado de comparecer pessoalmente,
em vista de seu estado de saúde já então comprometido.
"É importante que chegue
também às famílias de hoje _ sublinhou Bento XVI _ o memorável apelo lançado por João
Paulo II, 25 anos atrás, na Exortação Apostólica "Familiaris Consortio": "Família,
torna-te aquilo que és".
O tema do próximo encontro de Valença é a transmissão
da fé na família. O lema da visita do Papa será, portanto, "Família, vive e transmite
e fé". Em muitas comunidades secularizadas, hoje, a urgência principal para os fiéis
é justamente renovar a fé dos adultos, para que sejam capazes de comunicá-la às novas
gerações.
Por outro lado _ acrescentou Bento XVI _ "o caminho da iniciação
cristã de crianças e adolescentes pode ser uma ocasião propícia para que os pais se
reaproximem da Igreja e aprofundem sempre mais, a beleza e a verdade do Evangelho".
"A
família, em síntese _ ponderou o Santo Padre _ é um organismo vivo, no qual se realiza
uma recíproca circulação de dons. O importante é que nunca falte a Palavra de Deus,
que mantém viva a chama da fé."
Dando continuidade à sua reflexão, Bento XVI
explicou o significado do Batismo, quando, num gesto significativo, o pai ou o padrinho
acendem uma vela no grande Círio pascal, símbolo do Cristo ressuscitado. Naquele momento,
o sacerdote lhes diz para cuidarem da criança, a fim de que, iluminada por Cristo,
viva sempre como filho da luz.
Para ser autêntico, aquele gesto, que contém
todo o sentido da transmissão da fé na família, deve ser precedido e acompanhado do
esforço dos pais em aprofundar o conhecimento de sua própria fé, alimentando a chama
com a oração e a prática assídua dos sacramentos da Confissão e da Eucaristia.
Concluindo,
o Papa pediu aos fiéis que rezassem a Nossa Senhora, para que todas as famílias do
mundo sejam autênticas comunidades de amor e de vida, onde a chama da fé se transmita
de geração em geração.
Após a bênção apostólica, Bento XVI lançou um apelo
em favor da paz no Iraque e Terra Santa: "Sigo com crescente preocupação, os acontecimentos
no Iraque e na Terra Santa. Diante da cega violência que causa tragédias atrozes,
e do agravamento da crise sempre mais dramática, há necessidade de justiça, de um
empenho sério e crível pela paz que, infelizmente, não vemos. Por isso, convido todos
a se unirem numa oração confiante e perseverante: que o Senhor ilumine os corações
e ninguém se subtraia ao dever de construir uma convivência pacífica, no reconhecimento
de que todos os homens, seja qual for sua nacionalidade, são irmãos."
Depois
desse premente apelo, o Papa comunicou aos fiéis que, de amanhã até o dia 5 do corrente,
estará se realizando em Moscou, uma importante reunião promovida pelo Conselho Inter-religioso
da Rússia. A Igreja Católica estará presente com uma delegação.
"Desejo enviar
a Sua Santidade Aleksej II e a todos os participantes, a minha cordial saudação. A
reunião significativa de tantos expoentes de religiões do mundo indica o desejo comum
de promover o diálogo entre as civilizações e a busca de uma ordem mundial mais justa
e pacífica." (CM)