Nova Délhi, 27 jun (RV) - Meninos que conseguiram escapar do trabalho escravo
na Índia, onde trabalhavam em fábricas de "souvenirs" para a Copa do Mundo, enviam
uma carta à FIFA (Federação Internacional de Futebol Associação), denunciando sua
condição e pedindo regras precisas.
Enquanto milhares de pessoas seguem a Copa
Mundial e compram "souvenirs" de suas seleções, principalmente bolas com emblemas,
outras milhares de crianças estão sendo submetidas a trabalho escravo em grandes galpões,
na Índia, onde essas bolas são confeccionadas. Especialmente em Meerut, distrito do
estado de Utar Pradesh, leste do país.
A ONG "Save Childhood Campaign" (Campanha
Salve a Infância), que conseguiu libertar dezenas de crianças do trabalho escravo
em Meerut, organizou uma conferência em Nova Délhi, durante a Copa, para tratar do
assunto.
De acordo com o porta-voz da ONG, Kailash Satyrthi, muitas multinacionais
assinam contratos com pequenas empresas locais, para a produção de artigos esportivos
a preços baixos. Essas empresas locais, por sua vez, contratam a mão-de-obra de outras
pequenas empresas, sobretudo na zona de Meerut, onde essas crianças são exploradas.
As
crianças têm, no máximo, seis anos de idade. Para Satyrthi, a FIFA deveria emitir
diretrizes, a todos produtores e exportadores. "Foi isso que pedimos na carta enviada,
em nome das crianças que conseguiram escapar desse esquema" _ disse ele. (ED)