Conservar e manter vivo o “inestimável património espiritual, artístico e cultural”
constituído pela polifonia sacra”: exortou Bento XVI, no final de um concerto de música
polifónica, sábado à tarde, na Capela Sistina. O Papa convidou a “procurar novas vias
expressivas sem renegar o passado”:
“Uma autêntica actualização da música sacra não pode ter lugar se não no sulco da
grande tradição do passado, do canto gregoriano e da polifonia sacra. É por isso que,
no campo musical, como também no das outras formas artísticas, a Comunidade eclesial
sempre tem promovido e apoiado os que procuram novas vias expressivas sem renegar
o passado , (sem renegar) a história do espírito humano, que é também a história do
seu diálogo com Deus”. O concerto foi promovido pela Fundação Domenico Bartolucci,
sob a direcção deste Maestro, que ao longo de dezenas de anos dirigiu o coro da Capella
Sistina. O Papa reservou-lhe palavras de afectuoso reconhecimento, nomeadamente pelo
Mottetto “Oremus pro Pontífice”, composto depois da sua eleição à Sede de Pedro e
executado neste concerto. Referido “o amor (do Maestro Bartolucci) pela arte da música
e a sua paixão pelo bem da Igreja”. O concerto alternou peças de Giovanni Pierluigi
da Palestrina com outras do próprio Maestro Bartolucci. “Todas as peças escutadas
– e sobretudo o seu conjunto, onde estão em paralelo o século XVI e o século XX (observou
o Papa) – confirmam uma convicção: "a polifonia sacra, em particular a da chamada
escola romana, constitui uma herança a conservar cuidadosamente, a manter viva e a
fazer conhecer, em benefício não só dos estudiosos e cultores, mas da Comunidade eclesial
no seu conjunto, para a qual representa um inestimável património espiritual, artístico
e cultural”.