DOCUMENTO DA SANTA SÉ COM RECOMENDAÇÕES SOBRE O FENÔMENO DA MIGRAÇÃO "DE" E "PARA"
OS PAÍSES ISLÂMICOS
Cidade do Vaticano, 23 jun (RV) - A Santa Sé publicou ontem, as "Conclusões
e recomendações" sobre o fenômeno da migração "dos" e "para" os países de maioria
islâmica. O documento é o resultado da assembléia geral do Pontifício Conselho da
Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, realizada de 15 a 17 de maio passado.
A
publicação aborda temas relativos aos migrantes muçulmanos nos países de maioria cristã:
o diálogo, a situação em alguns países de maioria islâmica, escolas e educação, os
Estados e a liberdade religiosa, e o papel da mídia.
O documento aponta um
aumento da imigração dos muçulmanos para os países europeus e da América do Norte,
de antiga tradição cristã. Por essa razão, os católicos são chamados a ser solidários
e abertos, conhecendo melhor a cultura e a religião daquele que chega e testemunhando,
ao mesmo tempo, os próprios valores cristãos. Portanto, é importante o respeito mútuo
e a solidariedade humana num clima de paz.
Outro resultado da assembléia foi
a necessidade de criar capelanias para refugiados e estudantes estrangeiros; de convidar
os peregrinos para que procurem o rosto de Deus também nos crentes de outras religiões;
de se ter capelas nos aeroportos, estações ferroviárias e rodoviárias; de continuar
a acolhida aos marítimos, qualquer que seja a sua religião; e de reforçar uma maturidade
das sociedades democráticas, a fim de que compreendam e respeitem a diversidade social,
cultural e religiosa dos ciganos.
A educação é outro ponto importante do documento,
já que possui um papel fundamental para vencer os conflitos da ignorância e dos preconceitos.
Com satisfação, constatou-se que muitos Estados de maioria islâmica têm estabelecido
relações diplomáticas com a Santa Sé, mostrando-se desejosos de um diálogo intercultural
e inter-religioso. Portanto, a Igreja deve prosseguir as iniciativas de diálogo em
vários níveis, sobretudo, quando este é facilitado pelos responsáveis políticos.
O
documento menciona ainda, os meios de comunicação, destacando que os jornalistas devem
assumir suas próprias responsabilidades, não só relativas à liberdade de expressão,
mas especialmente na qualidade da informação. Eles podem oferecer uma importante contribuição
à formação de cristãos e muçulmanos. (JP)