"AJUDA À IGREJA QUE SOFRE": RELATÓRIO SOBRE A LIBERDADE RELIGIOSA
Berlim, 23 jun (RV) - "Atingidos pela ameaça do terrorismo, muitos cristãos
da Ásia têm optado pela via do exílio para Ocidente. É o caso do Iraque onde, no período
de agosto a outubro de 2004, de 10 mil a 40 mil cristãos abandonaram o país, e também
da Palestina, onde as comunidades católicas de rito oriental correm o risco de extinção.
A
denúncia é da fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS), em seu relatório anual sobre
a liberdade religiosa no mundo. O documento define como "grave" também a situação
na Colômbia onde, apesar do esforço do governo, prossegue a luta das guerrilhas. O
mesmo se dá na Indonésia, onde o extremismo islâmico, aliado a conflitos políticos
locais e a interesses pessoais, representa um obstáculo concreto para a garantia da
liberdade religiosa.
"No final de 2005 _ revela o relatório da AIS _ fontes
da segurança pública de Jacarta advertiram sobre a existência de pelo menos três mil
indonésios prontos a desfechar ataques terroristas e atentados suicidas, em todo o
arquipélago."
2005 foi um ano caracterizado também, segundo a AIS pela tentativa
da China, de se apresentar perante a comunidade internacional como uma Nação que respeita
plenamente a liberdade religiosa. "No dia 1º de março de 2005 _ recorda o relatório
_ a China aprovou o novo regulamento para as atividades religiosas que, todavia _
ressalta a AIS _ não impediram que Pequim continuasse a prender fiéis e membros do
clero, além de torturar membros de diversas comunidades religiosas, destruir e seqüestrar
locais de culto, proibir a educação religiosa dos jovens, impor limites e proibir
contatos internamente e no exterior."
Na África, enfim, "embora tenham acabado
(juntamente com o fim de algumas guerras civis) as ondas de violência que caracterizaram
o ano de 2005 em Angola, Costa do Marfim e Sudão, permanece aberto o conflito interno
em Uganda". E aos esforços de alguns Estados, como Marrocos e Tunísia, de promover
o diálogo e a tolerância, se contrapõe o retrocesso da Argélia que, este ano, aprovou
uma lei que pune as conversões do Islã para outra religião. (AF)