2006-06-20 16:07:48

Refugiados morrem nas fronteiras da Europa


No Dia Mundial do Refugiado, que hoje se assinala, a rede europeia UNITED, que congrega 550 organizações, lembra as mais de 7 mil pessoas que morreram nas fronteiras da Europa, como consequência das políticas migratórias do Velho Continente, destinadas a transformá-lo numa “fortaleza”.
Em comunicado, a UNITED explica que, desde 1993, há 7.100 mortes documentadas de refugiados, migrantes ou requerentes de asilo, que fogem da perseguição e da pobreza extrema, devido à política de encerramento de fronteiras na UE. Neste momento, refere-se, é quase impossível pedir refúgio na União Europeia, com falta de programas de reinstalação, e não são asseguradas condições de segurança para o regresso dos refugiados a outros países.
A Europa, ao contrário do que se possa pensar, não acolhe mais refugiados do que qualquer outra parte do Mundo. No final de 2000, o número de refugiados e requerentes de asilo era de 5.774.100 na Ásia, 3.980.400 em África e 2.920.400 na Europa.
O próprio Kofi Annan, presidente da ONU, já criticou os “diversos indícios de que a Europa está a perder de vista o seu dever de dar protecção aos refugiados de acordo com a legislação internacional, conforme estabelecido pela Convenção de 1951”.
As organizações humanitárias e de solidariedade criticam duramente que o espaço de "liberdade, segurança e justiça" que se pretende criar na União Europeia continue em contradição com as fronteiras externas que o definem, “muralhas frequentemente intransponíveis para quem necessita de protecção”.
Os governos europeus têm-se mostrado incapazes de definir políticas comuns de asilo que, de acordo com os compromissos internacionais há muito assumidos, garantam os direitos dos que buscam protecção. Uma grande parte dos refugiados que procuram protecção no espaço da UE apenas o pode fazer ilegalmente, muitas vezes em condições que fazem perigar as suas vidas.








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