Na Eucaristia, tesouro da Igreja, o principio divino da criação, salientou Bento XVI
antes da recitação do Angelus, lançando depois um apelo a favor dos refugiados, pedindo
que sejam respeitados os seus direitos
Bento XVI dedicou a alocução deste domingo antes da recitação do Angelus do meio dia
á solenidade litúrgica do Corpo de Deus, que na Itália e noutros países se celebra
hoje. É a festa solene e pública da Eucaristia, sacramento do Corpo e do Sangue de
Cristo: o mistério instituído na Última Ceia e cada ano comemorado na Quinta Feira
Santa, neste dia é manifestado a todos, circundado pelo fervor de fé e de devoção
da Comunidade eclesial. A Eucaristia – salientou depois o Papa – constitui o tesouro
da Igreja, a herança preciosa que o seu Senhor lhe deixou. E a Igreja guarda-a com
o máximo cuidado, celebrando-a quotidianamente na Santa Missa, adorando-a nas igrejas
e capelas, distribuindo-a aos doentes e, como viático a quantos partem para a última
viagem. Bento XVI acrescentou que este tesouro, que se destina aos baptizados,
não esgota o seu raio de acção no âmbito da Igreja: a Eucaristia é o Senhor Jesus
que se dá para “a vida do mundo”. Em todos os tempos e em todos os lugares Ele quer
encontrar o homem e levar-lhe a vida de Deus. Não só. A Eucaristia tem também uma
valência cósmica: a transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo constitui
de facto o principio de divinização da própria criação. É por isso - salientou
o Papa – que a festa do Corpo de Deus se caracteriza de maneira particular pela tradição
de levar o Santíssimo em procissão, um gesto rico de significado. Levando a Eucaristia
através das ruas e praças, queremos imergir o Pão descido do céu na quotidiano da
nossa vida; queremos que Jesus caminhe onde nós caminhamos, viva onde nós vivemos.
O nosso mundo, a nossa existência, devem tornar-se o seu templo.” “Bento
XVI recordou que na próxima terça feira , 20 de Junho ocorre a jornada mundial do
refugiado, promovida pelas Nações Unidas, a qual deseja chamar a atenção da comunidade
internacional para as condições de tantas pessoas obrigadas a fugir das suas terras,
por causa de graves formas de violência. Estes nossos irmãos e irmãs - salientou
o Papa – procuram refugio noutros países animados pela esperança de regressar á pátria,
ou pelo menos de encontrar hospitalidade lá onde se refugiaram. Enquanto asseguro
para eles uma recordação na oração e a solicitude constante da Santa Sé, faço votos
que os direitos destas pessoas sejam sempre respeitados e encorajo as comunidades
eclesiais a irem ao encontro das suas necessidades”. Também neste domingo Bento
XVI quis saudar nas suas línguas as dezenas de milhares de peregrinos, presentes na
Praça de S.Pedro. Esta a saudação em português: “Saúdo também
os peregrinos de língua portuguesa, de modo especial o grupo do Instituto de Cultura
de Portimão, cujas intenções e família incluí nesta minha oração e Bênção. Sede fortes
na fé e generosos no bem, pondo a render os talentos recebidos de Deus!”