ANGELUS: PAPA PEDE RESPEITO E ACOLHIMENTO PARA COM REFUGIADOS
Cidade do Vaticano, 18 jun (RV) - A Eucaristia não esgota a sua ação na Igreja:
Jesus se doa pela vida, a todo o mundo: foi o que disse Bento XVI, na alocução que
antecedeu a oração mariana do Angelus neste domingo, festa de Corpus Christi na Itália
e em numerosos outros países do mundo. A seguir, fez um apelo em favor dos direitos
dos refugiados no mundo.
O Papa exortou os cristãos a serem "testemunhas alegres"
da presença real de Cristo na Eucaristia. O Corpus Christi _ afirmou _ "é a festa
solene e pública da Eucaristia, sacramento do Corpo e do Sangue di Cristo": mistério
instituído na Última Ceia e comemorado na quinta-feira santa.
A Eucaristia
_ recordou o Pontífice _ constitui o "tesouro" da Igreja, a preciosa herança que o
seu Senhor lhe deixou. Uma herança que a Igreja conserva com o máximo cuidado, celebrando-a
cotidianamente, na santa missa, adorando-a nas igrejas e capelas, distribuindo-a aos
enfermos e, como viático, aos que partem para a derradeira viagem.
"Mas esse
tesouro, que é destinado aos batizados _ sublinhou Bento XVI _ não esgota o seu raio
de ação no âmbito da Igreja..."
"A Eucaristia é o Senhor Jesus, que se doa
pela vida do mundo. Em todos os tempos e lugares, Ele quer encontrar o homem e levar-lhe
a vida de Deus. E não apenas. A Eucaristia tem também uma valência cósmica: a transformação
do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo constitui, de fato, o princípio de divinização
da própria criação."
Por isso _ acrescentou _ "a festa de Corpus Christi se
caracteriza, de modo particular, pela tradição de portar o Santíssimo Sacramento em
procissão, um gesto rico de significado".
"Portando a Eucaristia pelas ruas
e praças, queremos imergir o Pão que desceu dos céus, no cotidiano da nossa vida;
queremos que Jesus caminhe onde caminhamos nós, viva onde vivemos nós. O nosso mundo
e as nossas exigências devem se tornar o seu templo. A comunidade cristã, neste dia
de festa, proclama que a Eucaristia é tudo para ela, é a sua própria vida e fonte
do amor que vence a morte.
Após a oração mariana do Angelus, o Papa recordou
o Dia Mundial do Refugiado, que será celebrado no próximo dia 20. Nesse sentido, fez
questão de evidenciar as dramáticas condições em que vivem tantas dessas pessoas,
"obrigadas a fugir, em virtude de graves formas de violência, de suas próprias terras".
Uma situação dolorosa, que exige a "atenção da comunidade internacional" sublinhou
o Santo Padre.
"Esses nossos irmãos e irmãs buscam refúgio em outros países,
animados pela esperança de retornar à própria Pátria ou, pelo menos, de encontrar
hospitalidade no país onde se refugiaram. A essas pessoas, asseguro as minhas orações
e a constante solicitude da Santa Sé, ao mesmo tempo em que faço votos de que seus
direitos pessoais sejam sempre respeitados, e encorajo as comunidades eclesiais a
responderem às suas necessidades."
Ao término da oração mariana do Angelus,
o Papa concedeu a todos a sua bênção apostólica. Antes, porém, saudou os fiéis e peregrinos
presentes, falando-lhes em suas respectivas línguas. Eis o que disse em português...
"Saúdo também os peregrinos de língua portuguesa, de modo especial o
grupo do Instituto de Cultura de Portimão, cujas intenções e família incluí nesta
minha oração e Bênção. Sede fortes na fé e generosos no bem, pondo a render os talentos
recebidos de Deus!"
O Papa se despediu dos fiéis ao som do forte ronco
de 125 Ferraris que se encontravam na Praça São Pedro, pertencentes a membros da associação
Easy Rider. (AF)