PRESIDENTE DA UNIÃO AFRICANA PEDE FIM DAS MUTILAÇÕES GENITAIS FEMININAS NO CONTINENTE
Bamaco, 17 jun (RV) - O Presidente da Comissão da União Africana (UA), o ex-chefe
de Estado de Mali, Apha Oumar Konaré, lançou um apelo para que se ponha fim à prática
da mutilação genital feminina no continente.
Numa mensagem divulgada ontem
_ Dia da Criança Africana _ Konaré afirmou que "todos devem refletir sobre a traumática
experiência das mulheres e meninas que são submetidas à atrocidade da mutilação genital
feminina". E acrescentou: "É necessário mobilizar nossas comunidades, os líderes religiosos
e tradicionais, as mulheres e os homens através de campanhas de educação e informação,
com o objetivo de modificar a própria mentalidade e envolvê-los na batalha contra
a mutilação genital."
Manifestando sua preocupação pelos efeitos sociais e
psicológicos da mutilação genital para a saúde das mulheres, Konaré recordou que a
Carta Continental dos Direitos e do Bem-estar das Crianças condena algumas práticas
tradicionais africanas, entre as quais, a mutilação genital feminina. Segundo ele,
essa prática constitui uma "violação dos direitos e da dignidade humana".
O
Fundo das NN. UU. para a Infância (UNICEF) estima que cerca de 140 milhões de jovens
e mulheres no mundo são submetidas a essa prática, muito difusa na África, em algumas
zonas do Oriente Médio e entre algumas comunidades de imigrantes espalhados pelo mundo.
Até
agora, somente 16 países africanos declararam tal prática ilegal, desde que entrou
em vigor, em novembro de 2005, o Protocolo de Maputo, que proíbe e condena, de maneira
explícita, as mutilações genitais femininas. (JK)