BISPOS SALVADORENHOS, MEXICANOS E NORTE-AMERICANOS ANALISARÃO SITUAÇÃO DE EMIGRADOS
San Salvador, 08 jun (RV) - O Arcebispo de San Salvador, Dom Fernando Saenz
Lacalle, anunciou para os dias 19 a 21 do corrente, a realização de um encontro entre
os bispos do México, El Salvador e Estados Unidos. O objetivo é analisar a situação
dos imigrantes irregulares nos Estados Unidos.
Segundo a embaixada salvadorenha
nos Estados Unidos, existem cerca de 2 milhões de salvadorenhos clandestinos no país,
cerca de 250 mil dos quais são protegidos pelo Estatuto de Proteção Temporária, enquanto
outros 250 mil são clandestinos.
Os bispos do México pediram, reiteradas vezes,
ao Episcopado norte-americano "uma reforma includente, justa e razoável, onde se reconheça
sempre, que se trata de leis que dizem respeito a seres humanos".
O Senado
estadunidense aprovou, recentemente, uma reforma da lei sobre a imigração, que legaliza
cerca de 9 dos 12 milhões de clandestinos presentes nos Estados Unidos, caso estes
comprovem ter trabalhado no país por um período de quatro anos. Também seriam concedidos
200 mil vistos temporários. Para que esse projeto se transforme em lei, ainda deve
ser aprovado pela Câmara dos Deputados.
A petição está em sintonia com as propostas
do Episcopado norte-americano, que há mais de um ano lançou uma campanha para solicitar
aos legisladores, o reconhecimento dos direitos humanos.
Também os bispos mexicanos
mostraram satisfação por esse acordo, através de um comunicado emitido em 20 de maio,
afirmando tratar-se "de um momento-chave para milhares de mexicanos desprovidos de
documentos, pois o reconhecimento de seus direitos e de sua dignidade depende das
reformas a serem aprovadas".
Enquanto o projeto de lei sobre a imigração espera
por sua aprovação, o governo Bush reforça o controle dos 9.600 km da fronteira mexicana.
No último dia 5, chegaram os primeiros 55 soldados de um total de 6 mil previstos.
Já foi instalado um sistema computadorizado de alta resolução, que permite vigiar
192 km da linha fronteiriça, com 25 câmeras fixas nos percursos mais utilizados pelos
traficantes de clandestinos e narcotraficantes. Além disso, foram enterrados mais
de 100 sensores, capazes de identificar movimentos na superfície. (JK)