Igreja aproveita visibilidade do Mundial de futebol:"cartão vermelho á exploração
sexual e á prostituição forçada
As congregações religiosas femininas mobilizaram-se numa campanha contra a prostituição
que ganha maior dimensão por ocasião da realização do campeonato do mundo de futebol,
na Alemanha. "Cartão vermelho à exploração sexual e à prostituição forçada" é
o lema da campanha, apoiada pela União das Conferências Europeias de Superiores Maiores
(USCESM). A intenção é sensibilizar a opinião pública europeia e ajudar as mulheres
que precisarem - para isso está preparada uma linha telefónica especial, que funcionará
24 horas por dia. Segundo as Associações católicas que trabalham nesta iniciativa,
cerca de 40 mil mulheres serão transferidas para a Alemanha, durante o mês do mundial,
para a prostituição. A rede internacional RIGYS, das Missionárias Oblatas, com
o slogan "fora-de-jogo", quer mostrar que o acontecimento desportivo corre o risco
de tornar-se uma ocasião de comércio para os traficantes de mulheres. Muitas ONG's
já se manifestaram perante este problema e as Oblatas esperam recolher apoios significativos
para a resolução do Parlamento Europeu que se destina a lutar contra a prostituição
forçada no quadro dos acontecimentos desportivos mundiais. Esta resolução foi apresentada
pela comissão dos direitos da mulher e da igualdade de género. Por outro lado,
as religiosas querem que a FIFA, a UEFA e a Federação Alemã de Futebol sejam convidadas
a denunciar "com uma voz clara e forte o tráfico de seres humanos e a prostituição
forçada". Também a confederação internacional da Cáritas se juntou a esta campanha,
denunciando "o desespero económico" que leva muitas mulheres à prostituição. A
prostituição foi legalizada em 2002, na Alemanha, utilizando sobretudo mulheres dos
países do Leste da Europa, mas em situação irregular. Duncan MacLaren, secretário-geral
da Caritas Internationalis, defende que "é importante reconhecer que a exploração
sexual, a prostituição e o tráfico de seres humanos são actos de violência contra
as mulheres".