O primado de Pedro, a viver e compreender no sentido desejado por Cristo: tema da
audiência geral desta quarta-feira
“Rezemos para que o primado de Pedro, confiado a pobres pessoas humanas, possa ser
sempre exercitado no sentido originário desejado pelo Senhor, e possa assim ser cada
vez mais reconhecido, no seu verdadeiro significado, pelos irmãos ainda não em plena
comunhão connosco”: palavras improvisadas por Bento XVI, na conclusão da audiência
geral desta quarta feira, numa Praça de São Pedro inundada de sol e com a participação
de mais de quarenta mil peregrinos. “Pedro – afirmou ainda o Papa – nesta breve
improvisação final, é para todos os tempos o guardião da comunhão com Cristo e guia
à realização da caridade na vida de cada dia”. O facto de que diversos textos-chave
referidos a Pedro se situem no contexto da Última Ceia – em que Cristo confere a Pedro
o ministério de confirmar os irmãos – mostra que a Igreja, que nasce do memorial pascal
celebrado na Eucaristia, tem no ministério confiado a Pedro um dos seus elementos
constitutivos”. Na sua catequese preparada por escrito, em italiano, Bento XVI
recordou que Pedro se chamava inicialmente Simão. Kefa – em grego, petros – aparece
repetidas vezes no Evangelho, acabando por suplantar o nome primitivo. “O facto adquire
particular relevo pelo facto de no Antigo Testamento a mudança de nome corresponder
geralmente ao confiar de uma missão. E de facto a vontade de Cristo de atribuir a
Pedro um especial relevo no seio do Colégio Apostólico resulta de numerosos indícios”
… que Bento XVI recorda, um a um. Por exemplo, “é a Pedro que Jesus lava em primeiro
lugar os pés, na Última Ceia, e por ele só que reza para que não soçobre a sua fé
e nela possa confirmar os seus irmãos”. “Aliás o próprio Pedro tem consciência
desta sua posição particular: é ele que muitas vezes fala em nome dos outros, pede
a explicação de uma parábola difícil ou sentido exacto de um preceito ou a promessa
formal de uma recompensa”. “É ele também que resolve o embaraço de certas situações
intervindo em nome de todos”. É perante a especial profissão de fé de Pedro, nos
arredores de Cesareia de Filipe, que Jesus pronuncia a declaração solene que define,
uma vez por todas, o papel de Pedro na Igreja: “Eu te digo: tu és Pedro e sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja,. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o ligares
na terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra, será desligado nos
céus”. Muito claras estas três metáforas a que Jesus recorre:
Pedro será
o alicerce rochoso sobre o qual assentará o edifício da Igreja; ele terá as
chaves do Reino para abrir ou fechar a quem lhe parecer justo; finalmente, poderá
ligar ou desligar, no sentido que poderá estabelecer ou proibir o que considerar
necessário para a vida da Igreja, que é e continua a ser de Cristo.
“Assim
se descreve, com imagens plasticamente claras o que a reflexão sucessiva classificará
de “primado de jurisdição”.
Nas saudações, em diferentes línguas, aos variados
grupos presentes, não faltou uma em português:
Amados
peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação de boas-vindas para todos, nomeadamente
para o grupo referido de Portugal! Viestes a Roma para revigorar a vossa fé cristã
e os vínculos de amor e obediência à Igreja, que Jesus quis fundar sobre Pedro. Que
as vossas vidas, fortes na fé, sempre possam irradiar o amor de Deus, e as suas bênçãos
desçam abundantes sobre vós e vossas famílias!