2006-06-04 13:35:18

Em Timor Leste dificuldade nas operações de apoio humanitário aos milhares de desalojados, devido á falta de segurança


A falta de segurança, aliada à acção de grupos armados e "oportunistas" está a dificultar as operações de apoio humanitário a mais de 50.000 desalojados que o governo timorense está a efectuar, disse hoje o ministro do Trabalho e Solidariedade.
Em entrevista à Lusa, Arsénio Bano referiu que apesar dos vários apelos nesse sentido não há qualquer segurança para os cerca de 100 funcionários do Estado e 50 voluntários envolvidos no apoio aos desalojados, espalhados em vários centros de acolhimento na capital timorense.
Quer as autoridades timorenses quer responsáveis internacionais têm, nos últimos dias, referido que eclodiram confrontos entre os desalojados.
O responsável citou relatórios de lutas entre grupos de desalojados e falou de rumores de que foram infiltradas armas em alguns dos campos da capital timorense.
Muitas pessoas deixaram as suas casas e estão agora em campos improvisados, na sequência da instabilidade e violência que se vive em Timor-Leste desde o mês passado.
"As pessoas procuraram segurança nesses locais e descobriram que basicamente estão por conta própria", lamentou o responsável das Nações Unidas, acrescentando que esses timorenses estão a viver uma situação desesperada, amontoados, sem privacidade, ao calor e com falta de água.
Especificamente Arsénio Bano considera essencial fornecer segurança à sede do próprio Ministério do Trabalho e Solidariedade e aos seus funcionários; aos armazéns de bens essenciais do Estado e às colunas que transportam o material para os campos de deslocados.
A maior concentração de deslocados, cerca de 20.000 está no centro de formação Don Bosco, na zona de Campo Baru, na zona ocidental da cidade, com grandes concentrações também no complexo das Canossianas, em Comoro, e no Seminário , em Fatumeta.
Questionado sobre a situação noutras zonas de Timor- Leste, Arsénio Bano aludiu a problema de falta de comida e água nas zonas de Liquiçá, Ermera e Aileu, a oeste e a sudoeste da capital.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou sexta-feira o envio para Timor- Leste de uma equipa de emergência para reforçar o pessoal já no terreno, que apoia dezenas de milhares de pessoas deslocadas.
As Nações Unidas calculam que há entre 100.000 e 110.000 pessoas deslocadas no país, 65.000 das quais a viver em 30 acampamentos em Díli, e outras 35.000 que fugiram para o interior.
O governo timorense estima que em Díli actualmente haja cerca de 50.000 deslocados.








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