Bento XVI vai encontrar na tarde deste sábado na Praça de São Pedro mais de 300 mil
pessoas membros de movimentos eclesiais e novas comunidades surgidos no seio da Igreja
Bento XVI vai encontrar-se, esta tarde, com cerca de 300 mil pessoas, membros de movimentos
eclesiais e de novas comunidades, na Vigília de Pentecostes a realizar na Praça de
São Pedro, em Roma. Este, que é o segundo encontro dos movimentos com o Papa,
depois do primeiro com João Paulo II, a 30 de Maio de 1998, vai ser um momento em
que se reviverá o sugestivo rito do fogo do sacramento da Confirmação, e uma oportunidade
para ouvir o que Bento XVI, um ano após o inicio do seu pontificado, terá a dizer
aos milhares de membros e simpatizantes dos vários movimentos surgidos no seio da
Igreja. “As relações do Papa Bento XVI com os movimentos eclesiais são antigas”,
explicou esta semana o arcebispo polaco Stanislaw Rylko, presidente do Conselho Pontifício
para os Leigos, a quem o Papa encarregou para a organização deste encontro. «Os
seus primeiros contactos com estas realidades, que depois se intensificaram e aprofundaram,
convertendo-se em uma autêntica amizade, remontam à metade dos anos sessenta, quando
era professor em Tubinga. Era o período difícil após o Concílio Vaticano II, mas para
os olhos do teólogo esses novos carismas revelaram-se imediatamente como um dom providencial”,
referiu. Enquanto Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger inaugurou
a 27 de maio de 1998, o primeiro Congresso mundial dos movimentos eclesiais, convocado
por João Paulo II. O ano passado, ao encontrar-se em Colónia com os bispos alemães.
Bento XVI lembrava que “a Igreja precisa de valorizar estas realidades e, ao mesmo
tempo, conduzi-las com sabedoria pastoral, para que contribuam do melhor modo possível
com os seus próprios dons à edificação da comunidade”. “As Igrejas locais e os movimentos
não são opostos entre si, mas constituem a estrutura viva da Igreja”, acrescentou
o Papa nessa ocasião. A poucas horas do início deste encontro predomina alguma
expectativa. “Espero que a Igreja fale ao coração”, comentou à Agência ECCLESIA, D.
Serafim Ferreira e Silva, da Comissão Episcopal do Laicado e Família, indigitado para
acompanhar os movimentos eclesiais em Portugal. “Os jovens captam mais depressa uma
mensagem que fale ao coração e à vida”, acentuou, manifestando a opinião de que Bento
XVI dirigir-se-á aos presentes para “falar da liberdade responsável de cada um”. Para
D. Serafim “um movimento tem a sua infra-estrutura e ao mesmo tempo o alicerce de
uma vida espiritual, de uma assistência pastoral, de uma oração colectiva”. Programa
do Encontro Segundo o programa desta tarde, a Vigilia de Pentecostes começa
às 15h45 (hora de Roma), com a saudação do bispo Josef Clemens, secretário do Conselho
Pontifício para os Leigos, e a apresentação dos movimentos e comunidades presentes.
A seguir, através de um vídeo serão revividos alguns dos momentos do Pentecostes
de 1998, com João Paulo II. Seguem-se testemunhos e reflexões sobre os compromissos
surgidos do segundo congresso de movimentos eclesiais e novas comunidades realizado
entre 31 de Maio e 2 de Junho, em Rocca di Papa, sobre «A beleza de ser cristãos e
a alegria de comunicá-lo». Serão expostos por Salvatore Martinez, coordenador
nacional da Renovação no Espírito Santo na Itália, e por Maria Luigia Corona, co-fundadora
da Comunidade Missionária de Villaregia. Após a leitura de textos do cardeal Joseph
Ratzinger e da apresentação de um vídeo de Bento XVI, um casal guiará o terceiro mistério
glorioso do Rosário, «A vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos e sua Igreja».
O Papa chegará às 17:30h e após o acolhimento e a saudação do arcebispo Stanislaw
Rylko, Presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, começará a oração de Vésperas.
Está prevista a leitura por parte de Chiara Lubich, fundadora dos Focolares, de
uma mensagem dirigida ao Papa pelos movimentos. Kiko Argüello, iniciador do Caminho
Neo-catecumenal; Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Sant’Egidio, e o sacerdote
Julián Carrón, residente da fraternidade de Comunhão e Libertação, comentarão os dois
salmos e o cântico do Apocalipse das Vésperas. Após a homilia do Papa, inicia
a memória litúrgica do sacramento da Confirmação, caracterizada pelo rito do fogo,
pela invocação do Espírito Santo e pela profissão de fé. No final, os movimentos
agradecerão ao Papa com as palavras de Luis Fernando Figari, fundador do Movimento
de Vida Cristã, e de Patti Gallagher Mansfield, da Renovação Carismática Católica.
Entre os cerca de 300 mil membros esperados, de movimentos e novas comunidades,
estão algumas centenas de portugueses.