GRANDE EXPECTATIVA PELO ENCONTRO DE BENTO XVI COM OS MOVIMENTOS ECLESIAIS
Cidade do Vaticano, 30 mai (RV) - No dia 3 de junho próximo, vigília de Pentecostes,
Bento XVI vai encontrar-se, na Praça São Pedro, com os Movimentos Eclesiais. O evento
será precedido de um congresso mundial, a partir desta quarta-feira, 31 de maio, até
2 de junho próximo, intitulado "A beleza de ser cristão e a alegria de comunicá-lo".
O Congresso será realizado na cidade lacial de Rocca di Papa, nas proximidades de
Roma.
Tanto o congresso mundial como o encontro com o Papa foram apresentados
esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, pelo Presidente, Secretário e Subsecretário
do Pontifício Conselho para os Leigos, respectivamente, Dom Stanislaw Rylko, Dom Josef
Clemens e Prof. Guzmán Carriquiry.
Hoje, como oito anos atrás, vivemos num
mundo que propaga modelos de vida sem Deus. Hoje, como oito anos atrás, há uma necessidade
extrema de "personalidades cristãs maduras" e de "comunidades vivas" que testemunhem
uma fé incondicional, sem atalhos.
As palavras-chaves de João Paulo II e de
Bento XVI se fizeram ouvir nesta terça-feira, na Sala de Imprensa, sobre a presença
e o crescimento dos movimentos e das novas comunidades na Igreja espalhada pelo mundo.
O
Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanislaw Rylko, destacou, logo
de início, que o encontro de sábado próximo se insere na esteira do precedente; na
verdade, disse ele, o desejo de encontrar, este ano, os Movimentos, na vigília de
Pentecostes, foi uma escolha operacional do Papa Ratzinger, como ele mesmo já manifestara
na primeira audiência concedida ao Presidente do organismo vaticano para os leigos.
O
encontro que Bento XVI marcou com os movimentos e comunidades, para 3 de junho próximo,
é um sinal importante de continuidade com o magistério de João Paulo II, que via essas
novas realidades associativas como dons preciosos do Espírito Santo à Igreja de hoje,
e como um grande sinal de esperança para a humanidade do nosso tempo.
"Oito
anos depois _ disse ainda Dom Rylko _ o novo Sucessor de Pedro quis partir precisamente
dali, para retomar o diálogo com os movimentos, convocando-os também à Praça São Pedro
e na mesma ocasião, ou seja, véspera de Pentecostes."
Dom Rylko destacou a
atenção que as novas realidades eclesiais sempre suscitaram, já desde o início do
seu florescimento, no imediato pós-Concílio, no então Prof. Ratzinger. Citou, a propósito,
o que o futuro papa escrevia na década de 60: "De repente, estamos na presença de
algo, que ninguém projetara. O Espírito Santo, por assim dizer, pedia de novo a palavra."
Eleito
Papa, Bento XVI não parou de manifestar atenção para com os movimentos eclesiais,
a respeito dos quais, ainda em agosto do ano passado, em Colônia, dizia aos bispos
alemães: "A Igreja deve valorizar essas realidades e, ao mesmo tempo, deve guiá-las
com sabedoria pastoral, a fim de que contribuam, da melhor maneira, com os seus diversos
dons, para a edificação da comunidade.
Segundo os últimos dados, de 250 a 300
mil membros de Movimentos participarão do encontro com Bento XVI: 30 mil italianos,
4 mil alemães, mais de 700 da África e da Ásia, 100 da Igreja na Oceânia e 5 mil da
América Latina.
Do Brasil, entre outros, estará presente a comunidade católica
"Shalom", nascida em 1982 em Fortaleza, e presente hoje em quase todas as principais
cidades do Brasil e também no Uruguai, Canadá, Israel, Suíça, Inglaterra, França e
Itália.
Uma imponente máquina midiática acompanhará "ao vivo" as cerca de cinco
mil horas do evento. A Rádio Vaticano garantirá o comentário da vigília em cinco línguas.
A
presença de uma delegação ecumênica será sinal da importância atribuída a este segundo
encontro dos novos carismas com a Igreja com a Igreja "institucional", representada
pelo Papa e pelos bispos. Com efeito, vai estar presente uma delegação composta por
oito representantes enviados pela Federação Luterana Mundial, pelo Conselho Mundial
das Igrejas, pelo Patriarcado Ortodoxo de Moscou, pela Igreja Armênia e pela Igreja
Anglicana.
Ao final da coletiva de imprensa, os jornalistas presentes fizeram
perguntas aos relatores sobre questões pertinentes ao panorama da Igreja no mundo.
Alguém falou da pouca simpatia que os Movimentos despertam em algumas dioceses. A
propósito, Dom Rylko respondeu: "Eu não seria assim tão pessimista. Nós, como organismo
vaticano, constatamos, da parte dos bispos, que vêm a nós, por ocasião das visitas
"ad Limina", e são bispos de todos os continentes, um aumento da consciência de que
estas novas realidades são um dom a receber com gratidão, acima de tudo, e com responsabilidade,
para não desperdiçar tal dom." (PL)