"AUSCHWITZ, NUNCA MAIS!" FOI A TÔNICA DA CATEQUESE DO PAPA, NA AUDIÊNCIA GERAL DE
HOJE
Cidade do Vaticano, 31 mai (RV) - "Auschwitz, nunca mais!" Esse é, em síntese,
o conteúdo do encontro de Bento XVI, esta manhã, na Praça São Pedro, com cerca de
35 mil fiéis, peregrinos e turistas, por ocasião da Audiência Geral.
A humanidade
não deve esquecer o horror de Auschwitz-Birkenau e das outras "fábricas de morte",
onde Hitler fez exterminar mais de seis milhões de judeus: foi o vibrante apelo de
Bento XVI, que dedicou toda a sua audiência à sua recente viagem apostólica à Polônia,
nas pegadas de João Paulo II. Ao final da audiência, o Papa fez também um apelo em
favor da paz em Timor Leste.
"Sede firmes na fé": o Papa colocou a tônica no
significado da consigna que deixou aos poloneses: um encorajamento a perseverarem
na fidelidade a Cristo e à Igreja, para que não falte à Europa e ao mundo, a contribuição
do seu testemunho evangélico. Palavras acompanhadas de uma vibrante exortação: Todos
os cristãos devem sentir-se comprometidos a dar esse testemunho, para evitar que a
humanidade do terceiro milênio possa conhecer ainda, horrores semelhantes àqueles
tragicamente evocados pelos campos de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau.
"Antes
de voltar a Roma quis deter-me precisamente naquele lugar tristemente conhecido em
todo o mundo" _ lembrou o Papa alemão, destacando que, nos campos de Auschwitz e Birkenau,
como em outros lugares semelhantes "Hitler mandou exterminar mais de seis milhões
de judeus.
"Em Auschwitz e Birkenau _ disse ainda _ morreram também, cerca
de 150 mil poloneses e dezenas de milhares de homens e mulheres de outras nacionalidades.".
Um horror que a humanidade não deve esquecer.
Diante dos horrores de Auschwitz
não há outra resposta senão a Cruz de Cristo: o Amor que desceu até o fundo do abismo
do mal, para salvar o homem pela raiz, onde sua liberdade pode rebelar-se a Deus.
"Que
a humanidade de hoje não esqueça Auschwitz e outras "fábricas de morte", nas quais
o regime nazista tentou eliminar Deus para tomar o seu lugar! Não ceda à tentação
do ódio racial, origem das piores formas de anti-semitismo. Que os homens voltem a
reconhecer que Deus é Pai de todos e nos chama, a todos, em Cristo, a construir juntos,
um mundo de justiça, de verdade e de paz!"
Ao final da Audiência Geral, Bento
XVI dirigiu o pensamento à "cara Nação" de Timor Leste, afetada, nestes dias, por
tensões e violências que provocaram vítimas e destruições.
"Ao mesmo tempo
em que encorajo a Igreja local e as organizações católicas a continuarem, juntamente
com as outras organizações internacionais, na tarefa de assistência aos desalojados,
convido-vos a rezarem à Santa Virgem, a fim de que ampare com a sua proteção materna,
os esforços de todos os que estão contribuindo para a pacificação dos ânimos e para
o retorno à normalidade."
Pela primeira vez em dez dias, a capital de Timor
Leste está tendo um dia mais tranqüilo. Nenhum confronto foi assinalado nas ruas de
Dili nesta quarta-feira.
As tropas internacionais é que estão sendo bastante
vistas na cidade, em especial a australiana. Elas formam o maior contingente e estão
encarregadas de proteger o aeroporto, as embaixadas e a sede do governo, e também
de proteger a entrega diária de comida aos milhares de refugiados que permanecem nos
abrigos.
Segundo depoimento de voluntários, há 45 mil refugiados nos principais
acampamentos de Dili, e muitos ainda estão se refugiando nas diferentes igrejas católicas
da capital.
Como faz habitualmente, antes de concluir mais este seu encontro
semanal com os fiéis e peregrinos de todo o mundo, o Papa saudou os diversos grupos
presentes, falando-lhes em suas respectivas línguas. Eis o que disse aos de língua
portuguesa: "Queridos amigos de língua portuguesa, domingo passado concluiu-se
minha viagem pastoral à Polônia, terra do amado Papa João Paulo II. Dou continuamente
graças a Deus, por me ter permitido realizar este encontro com o povo polonês, juntamente
com os seus pastores e as suas comunidades locais. Peço a todos, mormente ao numeroso
grupo de brasileiros aqui presentes e a alguns visitantes vindos de Portugal, para
que se unam às minhas preces, pelos frutos dessa viagem apostólica que, de bom grado,
desejo colocar nas mãos de Nossa Senhora, na festa da Visitação a Santa Isabel." (PL)