2006-05-31 15:04:35

Timor Leste e a viagem à Polónia: na audiência geral desta quarta-feira. Vigorosas palavras sobre Auschwitz que não deve ser esquecida.


A situação em Timor Leste preocupa o Santo Padre, que no final da audiência geral desta quarta-feira lançou um apelo a rezar e agir a favor da pacificação dos espíritos que permita um retorno à normalidade.
A poucos dias do regresso da Polónia, foi naturalmente à sua viagem pastoral à pátria do seu predecessor que Bento XVI dedicou a sua alocução, nesta audiência, na Praça de São Pedro, em que participaram uns 35 mil peregrinos, provenientes de 23 diferentes países, entre os quais Portugal e Brasil. Ouçamos a saudação que o Papa lhes dirigiu na nossa língua. RealAudioMP3

Queridos amigos de língua portuguesa,
Domingo passado conclui-se minha Viagem Pastoral a Polônia, terra do amado Papa João Paulo II. Dou continuamente graças a Deus por me ter permitido realizar este encontro com o povo polaco, juntamente com os seus Pastores e suas comunidades locais. Peço a todos, mormente ao numeroso grupo de brasileiros aqui presentes e a alguns visitantes vindos de Portugal, para que se unam às minhas preces pelos frutos dessa Viagem apostólica, que de bom grado desejo colocar nas mãos de Nossa Senhora, na festa da Visitação a Santa Isabel.


Na sua alocução mais desenvolvida, em italiano, Bento XVI evocou as diversas etapas da sua peregrinação aos lugares da memória de João Paulo II. Começando por Varsóvia, onde celebrou uma Eucaristia muito concorrida, teve um encontro com os sacerdotes e se deslocou à igreja luterana da Santíssima Trindade. Aí, declarou o Papa, “tive ocasião de reafirmar o meu firme propósito de considerar como uma prioridade do meu ministério a reconstituição da plena e visível unidade entre os cristãos”.
A peregrinação polaca incluiu naturalmente, recordou Bento XVI, uma visita aos santuários que marcaram a vida do padre e bispo Karol Wojtyla. Nomeadamente o de Jasna Gora, em Czestochowa.
“Não poderei esquecer a passagem pelo célebre santuário mariano de Jasna Gora. Naquele Claro Monte, coração da nação polaca, come num ideal cenáculo, congregaram-se à volta do Sucessor de Pedro numerosíssimos fiéis, e especialmente religiosos, religiosas, seminaristas e representantes dos movimentos eclesiais, para se colocarem à escuta de Maria. Partindo da estupenda meditação mariana que João Paulo II deu à Igreja na Encíclica Redemptoris Mater, quis voltar a propor a fé como atitude fundamental do espírito, que envolve toda a pessoa: pensamentos, intenções, relações, corporeidade, actividade, trabalho quotidiano”.


Para além dos outros santuários de Kalvaria e da Divina Misericórdia, Bento XVI referiu-se depois com afecto à terra natal de Karol Woytyla, Wadovie, como um outro simbólico santuário:
“Visitar Wadovice ofereceu-me a oportunidade de dar graças ao Senhor pelo dom deste incansável servidosr do Evangelho. Nesta cidadezinha onde recebeu a primeira educação e formação encontram-se as raízes da sua robusta fé, da sua humanidade tão sensível e aberta, do seu amor à beleza e à verdade, da sua devoção a Nossa Senhora, do seu amor pela Igreja e sobretudo da sua vocação à santidade”.


A celebração eucarística de domingo, dia conclusivo, em Cracóvia, com “extraordinária participação de fiéis” mereceu também uma referência especial da parte do Papa, pela ocasião que lhe ofereceu – disse – para “renovar… o estupendo anúncio da verdade cristã sobre o homem, criado e redimido em Cristo”:
“Aquela verdade que tantas vezes João Paulo II proclamou com vigor para estimular todos a serem fortes na fé, na esperança e no amor. Permanecei firmes na fé! Foi esta a indicação que deixei aos filhos da amada Polónia, encorajando-os a perseverarem na fidelidade a Cristo e à Igreja, para que não falte à Europa e ao mundo o seu testemunho evangélico”.


Trata-se de um testemunho que todos os cristãos se devem sentir empenhados em dar, – sublinhou Bento XVI – para “evitar que a humanidade do terceiro milénio possa conhecer horrores semelhantes aos que são tragicamente evocados pelo campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau”. Última etapa da viagem, antes do regresso a Roma. O Papa fez questão de recordar expressamente que “no campo de Auschwitz-Birkenau, como noutros campos semelhantes, Hitler fez exterminar mais de seis milhões de hebreus”. “Em Auschwitz–Birkenau (precisou ainda) morreram também cerca de 150 mil polacos e dezenas de milhares de homens e mulheres de outras nacionalidades.
“Diante do horror de Auschwitz, não há outra resposta senão a Cruz de Cristo: o Amor que desceu ao fundo do abismo do mal, para salvar o homem na raiz, onde a sua liberdade se pode rebelar contra Deus.
Não esqueça a humanidade de hoje Auschwitz e as outras ‘fábricas de morte’ em que o regime nazista tentou eliminar Deus para tomar o seu lugar! Não ceda à tentação do ódio racial, que está na origem das piores formas de anti-semitismo! Tornem os homens a reconhecer que Deus é Pai de todos e que todos chama, em Cristo, a construir juntos um mundo de justiça, de verdade e de paz”.
Foi no final da audiência que Bento XVI se referiu com apreensão “à cara nação de Timor Leste, nestes dias a braços com tensões e violências, que têm provocado vítimas e destruições”…
“Ao mesmo tempo que encorajo a Igreja local e as organizações católicas a continuarem, juntamente com outras organizações internacionais, empenhadas na assistência aos desalojados, convido-vos a rezar para à Santa Virgem para que apoie com a sua materna protecção os esforços de todos os que estão a contribuir para a pacificação dos espíritos e ao regresso à normalidade”.














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