ARTIGO EM REVISTA JESUÍTA PEDE RECIPROCIDADE POR PARTE DO ISLÃ

Roma, 27 mai (RV) - As relações entre cristãos e muçulmanos devem ser reguladas pelo princípio da reciprocidade: é o que afirma a revista dos jesuítas italianos "La civiltà cattolica", que dedica uma ampla reflexão ao tema da liberdade religiosa e dos direitos humanos, em sua última edição, a partir dos recentes confrontos ocorridos na Nigéria e da publicação das charges sobre Maomé.

O artigo, assinado por Pe. Giovanni Sale, afirma que "as Igrejas cristãs e as organizações internacionais têm o direito e o dever de lembrar aos Estados que permitem ou toleram tais atos de violência, o respeito integral dos direitos das pessoas e da liberdade religiosa, assim como a aplicação do princípio da reciprocidade que regula, em âmbito internacional, a relação entre os Estados _ um insubstituível princípio de civilização".

Segundo os jesuítas, "não devem ser os Estados europeus e tampouco os Estados Unidos a tutelar as Igrejas cristãs e as outras minorias religiosas na Nigéria, na Indonésia e em outros países, mas sim esses mesmos países, que devem tutelar seus cidadãos que professam o Cristianismo ou outras religiões".

O artigo acrescenta, contudo, que "é tarefa da Igreja, dos países que defendem os direitos humanos e das organizações internacionais que defendem os direitos fundamentais da pessoa, de condenar com força os ilegítimos atos de agressões nos confrontos dos cristãos."

Para a "La civiltà cattolica", os recentes fatos ocorridos na Nigéria "são um aprova evidente de como os fundamentalistas islâmicos se aproveitam de toda ocasião, para incitar as massas de muçulmanos contra os cristãos, mesmo sendo africanos, considerados como pró-ocidentais e traidores da causa nacional".

Por fim, o artigo recorda João Paulo II assim como Bento XVI, observando que "eles declararam, mais de uma vez, que o santo nome de Deus não pode ser instrumentalizado de nenhuma maneira e por nenhuma razão, com a finalidade de justificar ações de ódio e violência, nem para alimentar as diferenças entre os povos.

"É tarefa da Igreja_ conclui o artigo _ vigiar para que os fiéis católicos não se deixem levar por uma insensata controvérsia." (JK)