A situação na Europa relativamente à intolerância étnica e religiosa é “muito grave”,
manifestando-se num recrudescimento de manifestações de racismo e discriminação. O
alerta foi deixado pelo representante especial das Nações Unidas para o racismo e
a discriminação racial, Doudou Diene. Este responsável interveio na Conferência
Eruomed sobre “Racismo, xenofobia e media”, promovida em Viena pela presidência austríaca
da UE e a Comissão Europeia. Diene lembra que, ao lado de antigas formas de discriminação,
surgem “novas e mais complexas acções de violência e rejeição”. O resentante especial
das Nações Unidas para o racismo e a discriminação racial apontou dois fenómenos particularmente
graves: a “banalização do racismo” e a “legitimação intelectual” de formas de xenofobia
e intolerância. A inclusão de movimentos de extrema direita em cada vez mais países
europeus é um sinal desta situação, defendeu. Doudou Diene lembrou ainda que,
durante os acontecimentos que sacudiram a periferia de Paris, no final de 2005, emergiu
uma outra realidade, a islamofobia. A Europa, frisou, está a perder a sua identidade
para adquirir uma nova, multiracial e multicultural, o que gera uma série de implicações
visíveis nestas manifestações de violência.