2006-05-25 13:09:59

Bento XVI na Polonia: peregrinação de quatro dias aos lugares da vida do seu predecessor João Paulo II,marcada pelo apelo "permanecei fortes na fé".Diálogo com as outras religiões e a comunidade civil, recordando os valores eternos do Cristianismo, fundamento sólido para criar um mundo melhor.


Bento XVI chegou esta manhã à Polónia, para uma visita de 4 dias. No aeroporto de Varsóvia foi recebido por autoridades civis e religiosas. Entre os presentes encontrava-se o Cardeal Stanislaw Dziwisz, antigo secretário pessoal de João Paulo II, para quem esta visita – em particular a passagem por Auschwitz- tem "valor absolutamente simbólico".
A visita do Papa à Polónia poderá, para este responsável, servir para aproximar polacos, judeus e alemães.
A peregrinação aos lugares da vida do seu predecessor, João Paulo II, é marcada pelo apelo “Permanecei fortes na fé", lema da viagem. Varsóvia é a primeira etapa desta viagem que se concluirá no próximo domingo. Depois de hoje dedicar o dia a vários encontros religiosos (clero, protestantes) e com o Presidente, amanhã haverá uma missa na Praça Josef Pilsudski. O mesmo lugar onde, em 1979, João Paulo II pediu aos seus compatriotas, ainda a viver sob a ditadura comunista, que não tivessem medo.
Bento XVI escolheu portanto a Polónia para a sua primeira visita pastoral ao estrangeiro ( o ano passado a primeira e única viagem tinha sido a Colónia para o encontro mundial da juventude) para prestar homenagem á figura de João Paulo II
“Vim para seguir os seus passos, ao longo do itinerário da sua vida, desde a infância até á partida para o memorável conclave de 1978. Neste caminho quero encontrar e conhecer melhor as gerações de crentes que o ofereceram ao serviço de Deus e da Igreja e aquelas que nasceram e amadureceram para o Senhor sob os seus cuidados pastorais, como sacerdote, como bispo e como Papa.
No seu discurso á chegada ao aeroporto de Varsóvia, Bento XVI que leu em polaco os primeiros e os últimos parágrafos, continuando depois em italiano e confiando a tradução a um sacerdote polaco, anunciou o lema desta sua peregrinação: “permanecei fortes na fé”.
Recordo-o –explicou - desde o inicio para afirmar que não se trata simplesmente de uma viagem sentimental, embora válida também sob este aspecto, mas de um itinerário de fé, inscrito na missão que me foi confiada pelo Senhor na pessoa do Apostolo Pedro. Também eu quero beber da fonte abundante da vossa fé que jorra ininterruptamente desde há mais de um milénio.
Bento XVI assumiu também que a sua viagem apostólica à Polónia quer ser um momento de diálogo com a Igreja, os cristãos e fiéis de outras religiões, bem como com a sociedade civil. Na cerimónia de boas-vindas, no aeroporto de Varsóvia, o Papa quis dirigir-se à Igreja Ortodoxa, Evangélica e às outras comunidades eclesiais, para além da comunidade hebraica e do Islão.
O seu primeiro pensamento foi para as vítimas do nazismo: “Irei a Auschwitz e ali espero encontrar, sobretudo, os sobreviventes do terror nazi, provenientes de várias nações, que sofreram a trágica opressão”.
“Rezaremos todos juntos, para que as pragas do século passado se curem com a medicação do bom Deus, que nos chama ao perdão recíproco e nos oferece o mistério da sua misericórdia”, disse.
As paragens escolhidas por Bento XVI são significativas pela forte referência à vida e ao pontificado de João Paulo II: Varsóvia; os Santuários de Czestochowa, Kalwaria e da Divina Misericórdia; a cidade de Cracóvia; o campo de concentração de Auschwitz; Wadowice, terra natal de Woytila.
País com uma grande maioria católica (mais de 90 por cento da população), a Polónia vive um forte processo de secularização e Bento XVI quer aproveitar a visita para abordar a questão das raízes cristãs da cultura europeia. Logo no seu primeiro discurso, o Papa lembrou os valores “eternos” como os do Cristianismo, que constituem “um fundamento sólido para criar um mundo melhor, no qual cada um possa encontrar a prosperidade material e a felicidade espiritual”.
O presidente da Polónia, Lech Kaczyński, também aludiu, no seu discurso de boas-vindas, à importância do património católico no seu país.







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