2006-05-24 20:26:04

BENTO XVI NA AUDIÊNCIA GERAL: "CAMINHO DA FÉ NÃO É UMA MARCHA TRIUNFAL"


Cidade do Vaticano, 24 mai (RV) - "A escola da fé não é uma marcha triunfal, mas um caminho constelado de sofrimentos e de amor, de provações e de fidelidade a ser renovado todos os dias."

Na Audiência Geral desta quarta-feira, Bento XVI continuou sua meditação sobre a figura de Pedro, considerando hoje, dois acontecimentos importantes na vida do apóstolo: a multiplicação dos pães e a missão que Jesus lhe confia, de ser pastor da Igreja.

Nesse contexto, o Papa destacou "os riscos relacionados com a fraqueza humana", como provas a serem superadas no percurso da fé; "diante desses riscos nem Pedro era salvaguardado, pela sua generosidade impulsiva".

O Santo Padre lembrou que "não era fácil, para o povo e nem mesmo para os discípulos, compreender as palavras do Mestre, assim como todo o seu comportamento; as suas palavras "duras" (quem come a minha carne e bebe o meu sangue..., é necessário renascer, mesmo sendo velho...), colocava à prova a sua fé; muitos discípulos se retiravam.

As palavras de Jesus eram difíceis também para Pedro que, em Cesaréia de Filipe, se opôs à profecia da cruz. Mas quando Jesus perguntou aos Doze: "Quereis, vós também, retirar-vos?", Pedro reagiu com o impulso do seu coração generoso e, em nome de todos, respondeu com palavra imortais, que são também as nossas palavras: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens palavras da vida eterna."

A generosidade impetuosa de Pedro não o salvaguarda, contudo, dos riscos relacionados com a fraqueza humana. É o que, de resto, também nós podemos reconhecer com base na nossa vida. Pedro seguiu Jesus com entusiasmo, superou a prova da fé, abandonando-se a Ele. Mas chegou a hora em que também ele cede ao medo e cai: trai o Mestre, disse o Pontífice.

"A escola da fé _ enfatizou Bento XVI _ não é uma marcha triunfal, mas um caminho disseminado de sofrimento e de amor, de provações e de fidelidade a se renovar todos os dias. Pedro, que havia prometido fidelidade absoluta, conhece a amargura e a humilhação da renegação: o afoito aprende, às suas custas, a humildade. Também Pedro deve aprender a ser fraco e necessitado de perdão. Quando finalmente lhe cai a máscara e compreende a verdade do seu coração fraco e pecador, explode num pranto liberatório de arrependimento. Depois desse pranto, ele está pronto para a sua missão."

Com efeito, continuou o Papa, quando Jesus lhe confiou a missão de pastorear o rebanho e lhe entregou as chaves do reino, com o poder de ligar e desligar, a partir daquele dia _ ressaltou Bento XVI _ "Pedro seguiu o Mestre , com a consciência precisa da sua fraqueza. Mas essa consciência não o desencorajou".

"Pedro _ disse ainda o Papa _ sabia que podia contar com a presença do Ressuscitado ao lado dele. E dos entusiasmos ingênuos da adesão inicial, passando através da experiência dolorosa do renegamento, e do pranto da conversão, Pedro chegou a entregar-se àquele Jesus que se adaptou à sua pobre capacidade de amar."

Cerca de 35 mil fiéis, peregrinos e turistas participaram da Audiência Geral do Papa, na Praça São Pedro _ a última antes da sua viagem apostólica à Polônia.

O Papa confiou aos fiéis, suas expectativas pela visita à Polônia, na véspera de sua partida _ amanhã _ para Varsóvia.

Trata-se da sua segunda viagem ao exterior, depois da que ele fez a Colônia, em agosto passado, para o XX Dia Mundial da Juventude. "Sede firmes na fé": é o lema que Bento XVI escolheu para sua visita à Polônia.

Ao término de sua catequese, o Papa saudou também os fiéis e peregrinos de língua portuguesa, presentes na Praça São Pedro: "Saúdo também o grupo vindo do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta visita aos lugares santificados pela pregação e martírio do apóstolo Pedro a todos fortaleça na fé e consolide, no amor divino, os vínculos de cada um com a sua família, comunidade eclesial e civil. A virgem vos acompanhe e proteja!" RealAudioMP3 (PL)








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