2006-05-22 19:01:47

BENTO XVI PROCLAMA DIREITO DE DEFENDER A VIDA E A FAMÍLIA FUNDADA NO MATRIMÔNIO


Cidade do Vaticano, 20 mai (RV) - O Santo Padre recebeu em audiência, esta manhã o novo embaixador da Espanha junto à Santa Sé, Francisco Vázquez Vázquez, para a apresentação de suas credenciais.

O encontro deu ocasião a Bento XVI de destacar as multisseculares relações diplomáticas entre a Espanha e a Santa Sé, e o rico patrimônio da história do país, imbuída profundamente de valores cristãos e enriquecida também pela vida de testemunhas exímias do Evangelho, dentro e fora de suas fronteiras.

Analisando os motivos de tensão que se registram hoje, na Espanha, entre Igreja e Estado, determinados por algumas tomadas de posição do governo Zapatero, Bento XVI ressaltou: "A grande vitalidade que a Igreja teve e tem, em seu país, é como um convite especial a reforçar tais relações e a fomentar a colaboração estreita entre ela e as instituições públicas, de maneira respeitosa e leal, a partir das respectivas competências e autonomia, com o fim de conseguir o bem integral das pessoas que, sendo cidadãos de sua pátria, são também em grande medida filhos muito queridos da Igreja."

O Papa quis dar o justo enfoque à ação da Igreja, que encoraja os fiéis "a amarem a justiça e a participarem honestamente na vida pública ou profissional, com sentido de respeito e solidariedade, para promover orgânica e institucionalmente, o bem comum". Daí o seu compromisso na promoção e defesa dos direitos humanos, motivado pela alta consideração que tem da dignidade da pessoa na sua integridade, em qualquer lugar ou situação em que se encontre.

Nessa perspectiva, o Papa falou de um aspecto essencial desses direitos: "A Igreja proclama sem reservas, o direito primordial à vida, desde a sua concepção até o seu ocaso natural, o direito de nascer, a formar e viver em família, sem que esta seja suplantada ou ofuscada por outras formas ou instituições diversas."

O Santo Padre disse que irá a Valença, por ocasião do V Encontro Mundial das Famílias, a fim de celebrar a beleza e a fecundidade da família, fundada no matrimônio, sua altíssima vocação e seu valor social imprescindível.

Outra passagem do discurso do Papa que conviria ressaltar, tendo presente a realidade social da Espanha, hoje, é a que se refere ao direito inalienável das pessoas, de professar, privada e publicamente, sem obstáculos, a sua fé religiosa, e ao direito dos pais a que seus filhos recebam uma educação consoante com seus próprios valores e credos, sem discriminação e sem exclusão clara ou oculta.

Nesse contexto, o Papa fez uma constatação e um apelo: "É, para mim, motivo de satisfação, constatar a grande demanda do ensino da religião católica nas escolas públicas espanholas, o que revela que a população reconhece a importância desse ensino, para o crescimento e a formação pessoal e cultural dos jovens."

Nessa linha de pensamento, o Papa lembrou o acordo entre o Estado Espanhol e a Santa Sé, no qual se estabelece que o ensino da religião católica deve ser feito em condições equiparáveis às demais disciplinas fundamentais.

Outra nota da missão evangelizadora da Igreja que o Papa quis destacar foi a de sua ação caritativa, a atenção a toda pessoa necessitada, que espera uma mão amiga, fraterna e desinteressada que alivie sua situação. Nesse ponto de seu discurso, o Pontífice decantou a longa história da Igreja espanhola, uma tarefa que não se inspira em estratégias políticas ou ideológicas.

O novo representante de Madri junto à Santa Sé, Francisco Vázquez Vázquez, nasceu em La Coruña, em 1946. É católico praticante, casado e tem dois filhos. Formado em Direito, foi deputado de 1977 a 2000. Foi Prefeito de La Coruña de 1983 a 2006 e, de 1981 a 2003, ocupou o cargo de Presidente da Federação Espanhola de Municípios e Províncias. É Senador desde 2000. (PL)







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