Somos responsáveis uns dos outros e da marcha do mundo: Bento XVI a cinco novos Embaixadores
junto da Santa Sé, entre os quais o de Cabo Verde.
A promoção do bem comum dos outros, para além dos interesses imediatos de um só país
ou grupo social, o respeito pela liberdade religiosa, a questão dos fortes fluxos
de migrações que caracterizam o nosso mundo globalizado – estes alguns dos temas referidos
por Bento XVI ao receber, nesta quinta de manhã, os novos Embaixadores de cinco países
- Cabo Verde, Chade. Moldova, Índia e Austrália, para a apresentação das Cartas Credenciais. O
Papa fez questão de sublinhar o elevado sentido da actividade diplomática: “criar
pontes entre os países, na perspectiva da instauração e da consolidação da paz e de
relações mais fortes entre os povos, tanto no plano da solidariedade fraterna como
dos intercâmbios económicos e culturais, para o bem-estar de todas as populações do
planeta”. O que supõe, da parte das Autoridades – observou ainda o pontífice .- “uma
vontade decidida, assim como largueza de vistas, para não reduzir as decisões a tomar
às simples urgências do momento”. Aliás não bastam as boas intenções, é fundamental
comprometer-se concretamente, não olhando só aos interesses de uma parte, mas “visando
o bem comum das populações do país e de toda a humanidade”. Por outro lado, "na era
da mundialização, impõe-se que a gestão da vida política não seja guiada de maneira
preponderante ou unicamente por considerações de ordem económica, pela busca de uma
crescente rentabilidade, por una utilização inconsiderada dos recursos do planeta,
em detrimento das populações, nomeadamente das mais desfavorecidas , correndo o risco
de hipotecar o futuro do mundo”. Quase a concluir a sua saudação aos cinco novos
Embaixadores junto da Santa Sé, Bento XVI recordou que a fé assenta no respeito pela
liberdade religiosa, “aspecto fundamental e primordial da liberdade de consciência
das pessoas e da liberdade dos povos. É importante que, por toda a parte no mundo,
cada pessoa possa aderir à religião que escolhe e praticá-la livremente e sem medo,
pois ninguém pode assentar a sua existência apenas sobre a busca do bem-estar material”.