APELO DO PAPA EM DEFESA DA FAMÍLIA FUNDADA NO MATRIMÔNIO
Cidade do Vaticano, 13 mai (RV) - É necessário defender "a família fundada
no matrimônio" porque é "o pilar da sociedade, e isso interessa quer aos fiéis quer
aos não-fiéis". Foi o que disse Bento XVI, encontrando-se, esta manhã, na Sala Clementina,
no Vaticano, com os participantes da assembléia plenária do Pontifício Conselho para
a Família, que celebra nestes dias, seus 25 anos de fundação.
O Pontifício
Conselho para a Família foi instituído por João Paulo II, no dia 9 de maio de 1981.
Bento
XVI falou das "uniões de fato que, embora rejeitem as obrigações do matrimônio, pretendem
ter direitos equivalentes, e falou também das tentativas de "legalizar uniões homossexuais,
atribuindo a elas também o direito de adotar filhos".
"A causa da família _
disse o Papa _ é uma realidade decisiva e insubstituível para o bem comum dos povos."
"A
família fundada no matrimônio constitui um "patrimônio da humanidade", uma instituição
social fundamental; é a célula vital e o pilar da sociedade, e isso interessa tanto
aos fiéis quanto aos não-fiéis. Ela é realidade à qual todos os Estados devem máxima
consideração porque, como gostava de repetir João Paulo II, o futuro da humanidade
passa através da família."
Hoje _ acrescentou Bento XVI _ diante da difusão
de "tais equívocas concepções sobre o homem, sobre a liberdade e sobre o amor humano
jamais devemos nos cansar de reapresentar a verdade sobre a instituição familiar,
assim como foi querida por Deus desde o início da criação".
"Tem crescido,
infelizmente _ observou o Pontífice _ o número das separações e dos divórcios, que
rompem a unidade familiar e criam não poucos problemas aos filhos, vítimas inocentes
de tais situações. A estabilidade da família está hoje particularmente em risco; para
salvaguardá-la é, muitas vezes, necessário ir contracorrente em relação à cultura
dominante, e isso exige paciência, esforço, sacrifício e busca incessante de mútua
compreensão."
O Papa convidou os cônjuges a "superarem as dificuldades e a
se manterem fiéis à sua vocação, recorrendo à ajuda de Deus com a oração e participando
assiduamente dos sacramentos, em particular, da Eucaristia".
A seguir, o Santo
Padre reiterou "o respeito que se deve garantir ao embrião humano, que deveria sempre
nascer de um ato de amor e ser já tratado como pessoa."
"Os progressos da ciência
e da técnica no âmbito da bioética _ ressaltou _ se transformam em ameaças, quando
o homem perde o sentido de seus limites e, em prática, pretende substituir-se a Deus
Criador."
"A encíclica "Humanae vitae" reitera com clareza, que a procriação
humana deve ser sempre fruto do ato conjugal, com o seu dúplice significado unitivo
e procriativo. É o que exige a grandeza do amor conjugal."
Bento XVI falou
do chamado "inverno demográfico" que atinge "vastas áreas do mundo", com o "conseqüente
progressivo envelhecimento da população; as famílias parecem, por vezes, assediadas
pelo medo pela vida, pela paternidade e pela maternidade. É necessário dar nova confiança
às famílias _ disse o Papa _ a fim de que possam continuar a realizar sua nobre missão
de procriar no amor".
Na conclusão de seu discurso ao Pontifício Conselho para
a Família, Bento XVI convidou "todas as comunidades diocesanas a participarem, com
uma delegação, do V Encontro Mundial das Famílias", que se realizará em julho próximo,
em Valença, Espanha. O Papa participará deste encontro, nos dias 8 e 9, como confirmou
esta manhã, o porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls. (RL)