A EUROPA FORJADA PELO CRISTIANISMO DEVE SER PONTE PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO, AFIRMA BENTO XVI

Cidade do Vaticano, 13 mai (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã, o novo embaixador da Bulgária junto à Santa Sé, Valentin Vassilev, para a apresentação de suas credenciais.

Uma Europa aberta ao diálogo entre as religiões, e à solidariedade para com os países pobres, que veja a Bulgária agir como próxima parceira comunitária segundo a própria herança cristã: foram os votos do Papa a esse país do leste europeu, no discurso que dirigiu ao diplomata.

"Num mundo incerto e agitado como o nosso _ disse o Papa _ a Europa pode se tornar testemunha e mensageira do diálogo necessário entre as culturas e as religiões. A história do Velho Continente _ profundamente marcada por suas divisões e suas guerras fratricidas, mas também por seus esforços para superá-las _ convida a realizar essa missão, para responder às expectativas de tantos homens e mulheres que aspiram ainda, em muitos países do mundo, ao desenvolvimento, à democracia e à liberdade religiosa."

"A fim de que a Europa não se incline sobre si mesma, convém que ela favoreça uma melhor distribuição da riqueza no mundo e que suscite um verdadeiro desenvolvimento da África, que possa corrigir as injustiças e os desequilíbrios atuais entre o norte e o sul, fatores de tensão e de ameaça para a paz."

Nesse quadro, o Papa colocou a Bulgária em posição de destaque, em vista de seu ingresso na União Européia, mas, sobretudo _ observou _ "em razão de sua história e de sua cultura" forjada pela pregação cristã dos santos Cirilo e Metódio.

A Bulgária _ prosseguiu Bento XVI _ "é convidada a desempenhar um papel importante, para contribuir a dar novamente ao nosso continente, o impulso espiritual que muitas vezes falta".

Nesse ponto de seu discurso, o Santo Padre pediu atenção para com os jovens e as suas "necessidades de valores espirituais e morais", dificilmente cultivados _ acrescentou _ "numa sociedade muitas vezes centrada no consumo dos bens materiais e na busca individualista do bem-estar".

Ao exortar a um testemunho cristão vivo e criativo voltado a "suscitar o homem europeu do amanhã", o Papa concluiu, recordando o contínuo trabalho da Santa Sé em favor do diálogo internacional e agradecendo o trabalho desempenhado por algumas estruturas eclesiais, como a Caritas, em favor "do bem comum" da Bulgária. (RL)