2006-05-14 15:25:37

"A União Europeia não seja apenas um grande mercado; favoreça uma justa divisão das riquezas no mundo e contribua para o verdadeiro desenvolvimento da Africa": Bento XVI ao novo Embaixador da Bulgária junto da Santa Sé.


A União Europeia não seja apenas um grande mercado de troca de bens materiais cada vez mais abundantes nem tão pouco seja uma realidade fechada em si mesma. Sobretudo favoreça uma justa divisão das riquezas no mundo e contribua para o verdadeiro desenvolvimento da África, favorecendo a correcção das injustiças derivantes do desequilíbrio entre o Norte e o Sul do planeta, desequilíbrio que é factor de tensão e de ameaça para a paz.
Foi o que afirmou Bento XVI recebendo neste sábado as credenciais do embaixador extraordinário e plenipotenciário da Bulgária junto da Santa Sé, Valentin Vassilev Bozihilov.
Uma intervenção temporalmente actual visto que a Bulgária está para aderir á União Europeia: a decisão final será tomada pela Comissão em Bruxelas, na próxima terça feira dia 16.
E o Papa de certa maneira abençoou este momento muito esperado pelo povo búlgaro.
Um povo que graças á sua historia e cultura - recordou Bento XVI- continua a fazer frutificar a sua herança cristã e é chamado a desempenhar um papel importante para contribuir a dar de novo ao nosso continente o impulso espiritual que demasiadas vezes lhe faltou. O Papa referiu-se de maneira especial á situação dos jovens dos países europeus que dificilmente encontram lugar na sociedade que se funda exclusivamente no consumismo e numa procura individualista exacerbada do bem estar, enquanto que os jovens precisam de valores espirituais e morais, para construir a sua personalidade e para se prepararem para participar na construção da sociedade.
Bento XVI afirmou a própria certeza de que a Bulgária saberá dar o próprio contributo – a própria pedra original – ao edifício comum, precisamente a EU, para que este não seja apenas um grande mercado de troca de bens materiais, esquecendo de possuir uma alma, uma verdadeira dimensão espiritual que reflicta a herança cristã de tantas testemunhas do passado e seja portador de vida e criatividade, para construir o homem europeu do futuro.
Desta maneira - disse ainda o Papa – as jovens gerações poderão reencontrar confiança no futuro e empenhar-se sem temor nos projectos de longo alcance, fazendo nascer novas famílias , solidamente construídas no matrimónio e abertas ao acolhimento de meninos, dispostas a colocar-se ao serviço do bem comum da sociedade nas actividades politicas, económicas e sociais e empenhando-se numa atitude de solidariedade com os mais pobres, com os migrantes que vêem de outros horizontes para encontrar um refúgio ou uma “chance” de futuro.
Bento XVI disse ainda que num mundo incerto como o actual, a Europa pode tornar-se testemunha e mensageira de diálogo necessário entre as culturas e as religiões, de diálogo entre as nações para responder ao pedido de homens e de mulheres em muitos países do mundo, de desenvolvimento, democracia e liberdade religiosa.
A Santa Sé não cessa de agir a favor da promoção de um autentico diálogo entre as nações e os responsáveis das religiões, e de envidar esforços no sentido de fazer cessar a violência, que hoje alastra perigosamente.
A concluir, Bento XVI formulou votos de um maior diálogo na Bulgária entre os fiéis católicos e os seus irmãos da Igreja Ortodoxa búlgara .







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