Serve maior cooperação internacional na luta contra o terrorismo: o arcebispo Celestino Migliore pede na ONU diálogo entre credos religiosos e reciprocidade

Para combater as causas do terrorismo é precisa uma maior cooperação entre os Estados também em campo religioso: elemento que ajudaria a construir pontes entre culturas e civilizações. A Santa Sé encoraja a comunidade internacional a carregar no acelerador do diálogo e da cooperação reflectindo sobre o facto que o fenómeno terrorista não tem apenas causas de natureza económica e politica, mas no profundo tem raízes culturais, religiosas e ideológicas.
O Observador Permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas ,o arcebispo Celestino Migliore, num discurso proferido por ocasião da consulta informal da assembleia plenária que se ocupa da estratégia anti-terrorismo, não teve dúvidas em lançar um apelo á ONU para que encoraje as religiões a dar um importante contributo para defender o pluralismo, o diálogo e a compreensão das diferenças culturais.
O representante da Santa Sé pediu respeito e reciprocidade entre fés , uma das regras de outro, da convivência, disse. Segundo aquele diplomata, visto que o uso de Internet e dos mass media da parte dos terroristas torna o terrorismo um fenómeno supranacional , é claro que para o contrastar será necessária uma resposta igualmente “poderosa e globalmente coordenada”.
Neste contexto o Vaticano renova o próprio apoio á Resolução 1624 do Conselho de Segurança na qual se condena sem meios termos, quem encoraja o terrorismo e também quem justifica ou exalta actos de terrorismo, fazendo a sua apologia. A luta contra o terrorismo deve caracterizar-se pela negação de todo o tipo de justificação moral para os terroristas. Embora isto obrigue - acrescentou o representante da Santa Sé, fazendo uma referencia indirecta ao debate sobre Guantanamo, a que o tratamento dos terroristas arguidos seja colocado sob as normas humanitárias internacionais