BENTO XVI PEDE A HUGO CHÁVEZ QUE RESPEITE DIREITOS DOS CATÓLICOS
Cidade do Vaticano, 11 mai (RV) - A preocupação do Papa em relação a algumas
questões centrais nas relações entre Estado e Igreja na Venezuela, foi manifestada
esta manhã, por Bento XVI, na audiência ao Presidente venezuelano, Hugo Chávez Frías,
que chegou ontem a Roma, no âmbito de uma turnê diplomática que, após a Itália, o
conduzirá à Áustria, Inglaterra e Argélia.
Foi o primeiro encontro de Hugo
Chávez com Bento XVI, após duas precedentes visitas ao Vaticano, sob o pontificado
de João Paulo II. Luta contra a pobreza, redução das desigualdades e luta contra a
exclusão social: são os temas caros ao Presidente venezuelano, vindo ao Vaticano com
o intento subtendido de superar as dificuldades nas relações entre Estado e Igreja,
para o bem da Venezuela.
Durante o colóquio, que durou 35 minutos, segundo
o porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, Chávez ilustrou ao Santo Padre os
projetos de transformação social em curso no país.
A seguir, Bento XVI propôs
ao Presidente venezuelano, alguns temas que considera particularmente relevantes:
em primeiro lugar, reiterou a liberdade da Santa Sé na nomeação dos bispos e fez votos
de que a Universidade católica "Santa Rosa de Lima" possa sempre manter sua identidade
católica.
O Santo Padre também expressou sua preocupação em relação a um projeto
de reforma da educação, no qual não haveria lugar para o ensino da religião. Pediu
que os programas de saúde pública mantivessem como ponto basilar a proteção da vida
desde seu início, e ressaltou a exigência da independência dos meios de comunicação
católicos.
O Presidente Chávez, por sua vez, assegurou seu interesse acerca
dos pedidos de Bento XVI, e seu empenho em superar toda tensão, no respeito aos legítimos
direitos de todos.
O Papa entregou ao Presidente Chávez uma carta pessoal,
na qual resume sua solicitude pastoral para com o povo da Venezuela, e uma cópia autografada
da encíclica "Deus caritas est", além das medalhas do pontificado.
O Chefe
de Estado venezuelano presenteou o Papa com um quadro representando Simon Bolívar.
Em
relação às tensões criadas durante a presidência Chávez _ Hugo Chávez está no poder
desde 1998 _ é oportuno recordar que Bento XVI, recebendo em agosto passado, o embaixador
venezuelano junto à Santa Sé, Ivan Guillermo Rincón Urdaneta, reiterou que a "Igreja
_ que não pode cessar de proclamar e defender a dignidade da pessoa humana em sua
integridade e abertura à transcendência divina _ pede para poder dispor, de modo estável,
do espaço indispensável e dos meios necessários para cumprir sua missão e seu serviço
humanitário". Daí, a oportunidade de "estabelecer formas de colaboração fecunda entre
Estado e Igreja" "em benefício de todos". (RL)