"Ser cristão na sociedade aqui e no futuro": congresso internacional evocativo do
centenário de nascimento de D. Antonio Fereira Gomes
Um congresso internacional evocativo do centenário do nascimento de D. António Ferreira
Gomes, bispo do Porto durante 30 anos, teve início esta segunda feira na Casa Diocesana
do Seminário de Vilar. Ao longo de três dias, diversos especialistas nacionais e internacionais
irão debruçar-se na análise do tema «Ser cristão na sociedade aqui e no futuro», sublinhando,
a propósito, a capacidade das teses e teorias legadas por Ferreira Gomes. À margem
da iniciativa, o actual bispo do Porto recordou sucintamente a vida e obra do homenageado
de quem foi aluno e auxiliar. D. Armindo Lopes Coelho destacou que “muitos o consideraram
bispo político”, mas a afirmação é, porém, no seu entender, “precipitada” pelo que
o prefere apelidar de “bispo pastor”. Questionado a propósito da importância de D.
António Ferreira Gomes, o religioso enumera o “humano, social e eclesial” como adjectivos
caracterizadores.
“Creio que ao fim de 100 anos ele tem um lugar sublinhado
e registado na história da Igreja”, defendeu, acrescentando, contudo, que “uma pessoa
nunca pode ser consensual mesmo muitos anos depois de morrer” e, de facto, “há uma
franja que continua a criticá-lo”. E porque hoje “não temos nenhum Salazar para contestar”,
o bispo do Porto acredita ser mais difícil praticar na plenitude os caminhos de Ferreira
Gomes.
Na abertura do congresso, o bispo emérito de Setúbal e presidente da
Fundação Spes (Esperança), organizadora do evento, considerou, por seu turno, que
D. António Ferreira
Gomes se apresenta como uma “oportunidade inesgotável
para os nossos estudiosos”. Neste sentido, D. Manuel Martins lançou o repto aos estudiosos
para realizarem teses sobre o homenageado, sobretudo os estudantes da Universidade
Católica. O correspondente da Rádio Vaticano Domingos Pinto: