Cidade do Vaticano, 07 mai (RV) - Em celebração eucarística realizada esta
manhã, na Basílica de São Pedro, Bento Xvi ordenou 15 novos sacerdotes.
A liturgia
sacramental _ a segunda presidida por Bento XVI depois dos 21 diáconos ordenados em
maio de 2005 _ realizou-se segundo as modalidades solenes e sugestivas que lhe são
próprias. Entre os concelebrantes, o Cardeal Camillo Ruini, Vigário do Papa para a
Diocese de Roma, cidade-natal de metade dos 12 novos sacerdotes italianos ordenados
pelo Papa, juntamente com um polonês, um israelense e um hondurenho.
Antes
de impor as mãos sobre eles, o Pontífice refletiu sobre os muitos significados da
parábola do Bom Pastor, proclamada durante o Evangelho. "Três coisas" _ disse o Papa
_ diz Jesus sobre o "verdadeiro pastor": ele dá a própria vida por suas ovelhas; conhece
suas ovelhas e elas o conhecem; e está a serviço da unidade".
Antes de aprofundar
esses conceitos, o Papa chamou a atenção dos diáconos para uma tentação: a do "carreirismo".
"É
a imagem do homem que, através do sacerdócio, deseja tornar-se importante, um personagem;
a imagem daquele que tem como objetivo a própria exaltação e não o humilde serviço
a Jesus Cristo. Mas a única subida legítima em direção ao ministério de pastor é a
Cruz. É esta a porta. Não desejem tornar-se pessoalmente alguém importante, mas ao
invés, ser para o outro, por Cristo" _ disse o Papa.
"A Eucaristia deve tornar-se
para nós, uma escola de vida, na qual aprendemos a doar a nossa vida. A vida não se
doa somente no momento da morte e no momento do martírio. Nós devemos doá-la dia após
dia. É necessário aprender dia após dia, que eu não possuo a minha vida para mim mesmo…
Doar a vida e não segurá-la. É precisamente dessa maneira que fazemos a experiência
da liberdade. A liberdade de nós mesmos, a vastidão do ser. Dessa maneira, no ser
útil, a nossa vida torna-se importante e bela. Somente quem doa a sua vida a encontra."
O
Sacerdote como um pastor conhece os homens, segue-os, vai ao encontro deles, está
aberto às suas interrogações, às suas necessidades. Portanto, o sacerdote _ afirmou
o Papa _ não pode ser "um que fala somente em seu próprio nome, mas deve ser caixa
de ressonância da "voz do Pai"". O sacerdote deve servir à unidade, porque o destino
da humanidade, segundo Deus, é de tornar-se "um só rebanho" com "um só pastor".
"A
Igreja jamais deve dar-se por satisfeita com a porção daqueles que, num certo sentido,
consegue atingir. Não pode se retirar comodamente nos limites do próprio ambiente.
Ela é encarregada da solicitude universal, deve se preocupar com todos… Obviamente,
um sacerdote, um pastor de almas, antes de mais nada se preocupa com aqueles, que
crêem e vivem com a Igreja. Todavia, devemos também _ como diz Jesus _ sair pelas
estradas e levar o convite de Deus ao seu banquete, também àqueles homens que até
agora não O conhecem, ou que ainda não foram tocados interiormente." (SP)