CARDEAL MARTINO: IMPORTÂNCIA DE UMA INFORMAÇÃO ETICAMENTE CORRETA E VERDADEIRA NAS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Roma, 05 mai (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz"
e do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Renato
Raffaele Martino, inaugurou, esta manhã, na Pontifícia Universidade Gregoriana, em
Roma, os trabalhos de um simpósio sobre o tema "Ética da informação nas relações internacionais".
Em seu discurso inaugural, o Cardeal Martino salientou a responsabilidade da informação
em relação à justiça internacional e à paz, num mundo em que a globalização leva rapidamente
à formação de uma opinião pública transnacional.
O simpósio se insere entre
as iniciativas do Seminário Permanente de Estudos sobre Ética nas Relações Internacionais,
fundado naquela Universidade, pelo senador italiano Giuseppe Vedovato, com a finalidade
de promover e dar maior peso ético na condução das relações entre os povos, com a
convicção de que _ como evidenciou o novo Reitor da Gregoriana, Pe. Gianfranco Ghirlanda
_ "a ausência ou a redução dos valores éticos concorre inelutavelmente para o declínio
de toda civilização".
Na esteira do decreto conciliar Inter Mirifica (sobre
os meios de comunicação social, ndr), o Cardeal Martino ressaltou, sobretudo, que
os responsáveis pelos mass media exercitam corretamente o direito à informação, quando
sua comunicação é "verdadeira e íntegra, no respeito pela justiça e pela caridade".
A
seguir, o purpurado frisou que o atraso e o saber inadequado, que mantêm em estado
de pobreza inteiras populações dos países pobres, têm entre suas causas, o uso egoísta
das novas tecnologias do conhecimento e da informação, por parte dos países economicamente
mais avançados.
Por outro lado, o Presidente do "Justiça e Paz" evidenciou
que também a defesa dos direitos humanos se torna possível em escala planetária, graças
às informações recíprocas entre os "navegadores". Os internautas transformam-se em
"informadores internacionais", conseguindo alcançar resultados concretos como, por
exemplo, em relação ao genocídio em Darfur, no Sudão, e, sobretudo, criando uma mentalidade
sensível ao respeito pela dignidade humana.
Por fim, o Cardeal Renato Martino
ressaltou que, junto ao potencial positivo da mundialização da informação, existe
o potencial negativo da sua incontrolabilidade. O compromisso de todas as instâncias
de controle será inútil sem o compromisso, concomitante, dos responsáveis pela educação:
das famílias aos professores, das pessoas de cultura aos líderes religiosos.
O
simpósio aprofundou nesta sexta-feira, os aspectos antropológicos e políticos da informação
internacional, e os aspectos jurídicos e socioeconômicos. Neste sábado aprofundará
as características da informação hodierna, com conferências finais do Diretor-geral
da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, e de seu predecessor, Pe. Pasquale Borgomeo.
(RL)