Nova geração de Direitos das Crianças: uma exigência manifestada pela Santa Sé
A Academia Pontifícia para as Ciências Sociais (ACPS) manifestou-se hoje em favor
de uma “nova geração de Direitos da Infância”, referindo que a Convenção adoptada
pelas Nações Unidas em 1989, apesar de ter representado “um passo em frente muito
importante”, pode ser “aperfeiçoada”.
O texto da Convenção sobre os Direitos
da Infância reconhece o direito de todo o menor de 18 anos a estar protegido contra
a exploração económica e contra o desempenho de qualquer trabalho perigoso que comprometa
a sua educação ou possa ser nocivo para a sua saúde e desenvolvimento físico, mental
ou moral. A Santa Sé considera que o texto deixou alguns pontos por desenvolver e
é “ambíguo” em alguns outros.
A presidente da ACPS falava aos jornalistas,
no Vaticano, apresentando as conclusões da XII sessão plenária da APCS, que decorreu
de 28 de Abril a 2 de Maio, sobre o tema "Juventude que desaparece? Solidariedade
com as crianças e jovens numa época turbulenta".
Para Mary Ann Glendon, a discussão
sobre esta temática “examina as vastas implicações das mudanças demográficas das últimas
décadas” e abre “uma nova possibilidade para o magistério social da Igreja, que até
hoje não o abordou de uma forma tão explícita como, por exemplo, o fez com o desemprego
ou com as mulheres e os pobres”.
“Nenhuma sociedade pode suportar o ‘desaparecimento
da juventude’, porque com eles desapareceria a esperança real e os nobres ideais de
cada nação”, alertou.
A ACPS abordou “a opressão e a exploração” da população
infantil, bem como o “inverno demográfico” em todo o mundo.
Na mensagem enviada
ao plenário da Academia, Bento XVI manifestou a sua preocupação com a diminuição da
taxa de natalidade em vários países, assinalando que esta quebra é o resultado de
“causas múltiplas e complexas”. O Papa precisa que existem, actualmente, “duas tendências
significativas: por um lado, o aumento da esperança média de vida; por outro, uma
diminuição da taxa de natalidade”.