Maria, sinal da ternura e misericórdia de Deus: Bento XVI, no santuário de Nossa Senhora
do Divino Amor, rezando o Terço, no início do Mês de Maria.
“Maria é uma mulher que ama”. Ela é fruto e sinal da ternura e da misericórdia de
Deus para connosco: assegurou Bento XVI, nesta segunda-feira ,1 de Maio, no final
da recitação do Terço do Rosário,esta tarde no santuário mariano de Nossa Senhora
do Divino Amor, nos arredores de Roma. O Papa confiou “à materna intercessão de
Maria, Rainha da paz”, os militares italianos mortos na semana passada, no Iraque,
evocando também com pesar a família que perdeu a vida, neste domingo, na ilha de Ísquia,
em razão de um desprendimento de terras. O Pontífice recordou, finalmente, o voto
feito a Nossa Senhora do Divino Amor, pelo povo romano, em Junho de 1944, invocando
o dom da paz.
Referindo a invocação com que os romanos se dirigem a Maria,
neste santuário tão amado – Nossa Senhora do Divino Amor – Bento XVI explicou o sentido
e alcance desta designação: “Põe-se assim em plena luz o elo que une Maria ao
Espírito Santo, desde o início da sua existência: quando na sua concepção o Espírito,
o Amor eterno do Pai e do Filho, nela estabeleceu morada e a preservou de toda a sombra
de pecado; depois, quando o mesmo Espírito fez nascer no seu seio o Filho de Deus;
depois ainda, ao longo de toda a sua vida, com a graça do Espírito, cumpriu-se em
plenitude a palavra de Maria: ‘Eis-me aqui, sou a serva do Senhor”; e finalmente quando,
na potência do Espírito Santo, Maria foi elevada com toda a sua humanidade concreta
junto ao Filho, na glória de Deus Pai”.
“Maria é uma mulher que ama” – observou
Bento XVI, retomando uma passagem da sua Encíclica “Deus caritas est”: “Enquanto crente
que, na fé, pensa com os pensamentos de Deus e quer com a vontade de Deus, (Maria)
não pode senão ser uma mulher que ama.” "Maria é o fruto e o sinal do amor que
Deus tem por nós, da sua ternura e da sua misericórdia. Por isso, juntamente com os
nossos irmãos na fé de todos os tempos e lugares, nos dirigimos a Ela nas nossas necessidades
e esperanças, nas vicissitudes felizes e dolorosas da nossa vida”. Referindo-se
depois aos romanos que, especialmente neste mês de Maio, se deslocam em peregrinação
a este santuário, Bento XVI exprimiu a sua confiança de que daí provenha “uma forte
ajuda e apoio espiritual para a diocese de Roma”, para [ele] próprio, seu bispo, e
para os outros bispos seus colaboradores, assim como também para os padres, para as
vocações, para os pobres, os doentes, as crianças e para as pessoas de idade, e para
toda a amada nação italiana”. Foi neste contexto que o Papa aludiu ao voto feito
em Junho de 1944, quando Pio XII, em nome dos romanos, invocou a protecção de Nossa
Senhora do Divino Amor para que a Cidade fosse poupada dos horrores da guerra, como
de facto aconteceu. Bento XVI fez votos de que deste santuário provenha “aquela energia
interior” necessária ao cumprimento da promessa então formulada: “a promessa de corrigir
e melhorar a própria conduta moral, tornando-a mais conforme à do Senhor Jesus”. “Também
hoje há necessidade de conversão a Deus, a Deus Amor, para que o mundo seja libertado
das guerras e do terrorismo.”