GOVERNO ISRAELENSE CONFIRMA O SEU APOIO A IRINEU I
Tel Aviv, 24 abr (RV) - O governo israelense continua determinado a reconhecer
como Patriarca da Igreja Greco-ortodoxa de Jerusalém, Ireneu I, deposto pelo Sínodo
ortodoxo.
Numa jogada sem precedentes, Tzhai Hanegbi, Presidente da Comissão
ministerial para o Patriarcado grego, enviou uma carta a Irineu I, reconfirmando seu
reconhecimento. A carta foi dada a conhecer pelo jornal israelense "Haaretz".
No
texto, Hanegbi explica que a decisão de seu governo, de permitir que o novo Patriarca,
Teofilo III, pudesse presidir às cerimônias do sábado santo, no interior da Basílica
do Santo Sepulcro, foi motivada exclusivamente por razões de ordem pública, e não
significa nenhuma mudança na posição oficial do governo de Tel Aviv, que, portanto,
se nega a reconhecer Teófilo III como novo Patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém.
O
governo de Israel está completamente isoladoem sua posição. Todo o mundo ortodoxo
_ bem como todo o mundo cristão _ reconheceu a destituição de Irineu e a eleição de
Teofilo, e o mesmo fizeram aqueles governos que têm o direito legal de reconhecer
_ ou não _ as eleições patriarcais: a Jordânia e a Autoridade Palestina.
A
decisão de Israel tem conseqüências práticas pois, de fato, impede que bancos e outras
instituições com sede em Israel, reconheçam a firma de Teófilo III em documentos oficiais.
O Patriarcado Grego recorreu à Corte Suprema israelense e acusou o governo de extorsão.
O governo, por sua vez, como informou a imprensa israelense reiteradas vezes, queria
forçar o atual Patriarca a legitimar a venda de algumas importantes propriedades da
Igreja de Jerusalém, venda efetuada por Irineu em favor de organizações de colonos
israelenses.
Foi justamente essa venda que deu ao Sínodo do Patriarcado um
válido motivo para destituir Irineu, não obstante sua declaração de que os documentos
haviam sido falsificados. (MZ)